Fato e Versão será lançada no próximo dia 17, em quatro episódios, reunindo pioneiros do fotojornalismo capixaba
Participam os fotojornalistas Antônio Moreira, Gildo Loyola, Nestor Müller e Rogério Medeiros, que fizeram carreira em veículos de grande circulação dentro e fora do Espírito Santo. Centrados na relação entre o fotógrafo, a foto e o fato, os quatro episódios passam por temas como política, sistema carcerário, patrimônio e ecologia. Todos serão exibidos às sextas-feiras, às 19h15, na grade da TV Educativa do Espírito Santo (TVE-ES), com reprise aos sábados, 14h45. Na sequência, serão disponibilizados no canal do Instituto Marlin Azul no YouTube.
No primeiro episódio, Capturado pelo fato, Antônio Moreira é feito refém junto de outros profissionais da imprensa e do governo na Casa de Detenção de Vila Velha, em fevereiro de 1990. Ele consegue escapar saltando do segundo andar, e as imagens circularam amplamente na época.
Em Do porão à praça, o fotógrafo Gildo Loyola revela bastidores da cobertura das manifestações pelas Diretas Já, em 1984, e relata a tortura que sofreu pelo regime militar.
Já o episódio Escombros da cidade entrevista Nestor Müller sobre um desabamento em Vitória, em 1988, que expôs um problema crônico enfrentado pelas capitais do país até hoje: o abandono de seus centros históricos.
Por fim, Rogério Medeiros, fundador de Século Diário, conta em Meninos, eu vi, a história de imagens que circularam o mundo: quando o ecologista e cientista Augusto Ruschi se submeteu a um tratamento com os indígenas Cacique Raoni e Pajé Sapaim, após ser infectado por um sapo venenoso na Amazônia. Medeiros foi convidado por Ruschi para acompanhar o procedimento, que estampou jornais de vários países.
Para a realização das entrevistas, o projeto contou com um intenso trabalho de pesquisa, passando pelo Arquivo Público do Espírito Santo e acervos da Rede Gazeta, Rede Tribuna e do Jornal do Brasil. “Trabalhar os arquivos é fazer com que dados sobre nossa história circulem. Esse movimento ajuda a fazer com que os arquivos não se confundam com um depósito. As informações precisam circular e precisamos aprender com elas”, destacam os diretores. Ao rememorar histórias importantes e mesmo esquecidas, do tempo em que a fotografia era analógica e impressa em papel-jornal, a minissérie gera material inédito para consultas futuras, destacam.
A dupla de diretores é também responsável pela concepção do projeto. “O Bruno me apresentou a ideia original. O que mais me interessou foi a possibilidade de apresentar imagens de arquivo e o trabalho de pioneiros dos fotojornalismo para as novas gerações”, conta Adriana. E, para Zorzal, esta foi uma oportunidade de se aprofundar na construção do jornalismo: “A motivação deste trabalho veio das histórias que ouvia quando trabalhei com os fotojornalistas que agora entrevistamos. Precisamos conhecer como são feitas as imagens, as matérias, as notícias. Até mesmo para pensarmos como são construídas as narrativas e a História”, pontua.
Adriana Jacobsen e Bruno Zorzal assinam a direção e roteiro de todos os episódios. Zorzal também faz a produção, pesquisa e fotografia da minissérie, e a equipe é ainda composta por Lucas Bonini na fotografia, edição, videografismo, som direto e pós-produção; Fepaschoal na edição de som e mixagem; Silvana Andrade no projeto gráfico; e Beatriz Lindenberg na produção executiva.