Após reunião que contou com a presença de Casagrande, partidos iniciarão conversas sobre as eleições de 2024
As negociações para formação de uma federação partidária entre o PSB, PDT e Solidariedade avançaram mais um passo nessa quinta-feira (9), em reunião realizada em Brasília. A Nacional do PSB, do governador Renato Casagrande, presente ao encontro, aprovou por ampla maioria a proposta, marcando mais uma rodada de debates para a próxima terça-feira (14), quando serão iniciadas as conversas sobre os impasses regionais – considerados pontuais – e as eleições municipais de 2024.
A união das legendas pretende criar uma “nova força de centro-esquerda”, como exaltou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. “A realidade do sistema político exige uma racionalização do número de partidos no País, que apresentem programas mais claros à sociedade e, com isso, acredito que podemos ampliar a base de apoio ao campo progressista nas eleições de 2024 e 2026”, apontou.
Os socialistas avaliam que uma federação com o PDT e SD, que possuem tamanhos equivalentes ao PSB, permitiria ainda um equilíbrio necessário à tomada de decisões e à autonomia das legendas que, após as eleições de 2022, perderam espaço na Câmara dos Deputados. O PSB caiu de 23 para 14 parlamentares, enquanto o PDT de 19 para 17 e o Solidariedade de oito para quatro. Caso não haja pedidos de desfiliação, entrará nesse bloco a bancada do Pros, com mais três, que teve sua fusão aprovada com o Solidariedade no último mês de fevereiro.
A federação passaria, assim, a contar com 38 deputados, a oitava maior bancada da Câmara, próxima do Republicanos (41), PSD (42) e MDB (42), e distanciando-se da Federação PSDB-Cidadania (18) e Federação Psol-Rede (14), além do Podemos (12), Avante (7), PSC (6), Patriota (4), Novo (3) e PTB (1).
Na atual legislatura, a maior representação é do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que saltou de 76 para 99 deputados. Em seguida vem a federação PT-PCdoB-PV, com 80 deputados eleitos.
No Senado, o bloco reuniria quatro parlamentares do PSB e três do PDT, abaixo do PT e União, com nove cada, do MDB (10), do PL (13) e do PSD (15).
Já em relação ao pleito municipal, a federação repetiria uma aliança já conhecida entre PSB e PDT. Em 2020, os dois partidos lançaram palanques em cidades estratégicas, elegendo mais de 560 prefeitos, incluindo as capitais Aracaju, Fortaleza, Maceió e Recife.
Efeito local
No caso do Espírito Santo, a consolidação do bloco não altera o cenário no Congresso Nacional. Dos dez parlamentares da Câmara, o PSB só reelegeu Paulo Foletto e o PDT e o Solidariedade nenhum candidato. No Senado, os representantes são do PT, Fabiano Contarato; do Podemos, Marcos do Val; e do PL, Magno Malta.
Já na Assembleia Legislativa, assumiria a liderança junto com o PL, que representa oposição a Casagrande, com cinco deputados. O PSB tem Tyago Hoffmann, Dary Pagung e Janete de Sá. Já o PDT, José Esmeraldo e Adilson Espindula.
No campo municipal, a federação representaria 23 prefeituras – 13 do PSB, 7 do PDT e 2 do Solidariedade -, com palanques em potencial para 2024. Na segunda posição viria o Republicanos, porém distante, com 10.
Casagrande e o prefeito da Serra Sérgio Vidigal são conhecidos aliados, relação que vem se fortalecendo ainda mais nos últimos anos. Os dois caminharam juntos tanto na disputa municipal passada quanto no palanque de reeleição do socialista em 2022, contra as forças bolsonaristas puxadas por Carlos Manato (PL).
Vidigal já declarou que não disputará a reeleição em 2024, mas tentará emplacar um sucessor, para fazer frente à oposição liderada pelo grupo do ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido) e dos deputados estaduais Vandinho Leite (PSDB) e Pablo Muribeca (Patriota).