Na CulturArte: Philipe Lemos, novo secretário de Cultura da gestão de Sérgio Vidigal; e mirante do Morro do Quadro
O jornalista Philipe Lemos (PDT) iniciou recentemente sua gestão à frente da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura da Serra, um município que tem ficado um tanto quanto estagnado no que diz respeito às políticas culturais, vide os cerca de 10 anos sem abertura de edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Chico Prego. A coluna buscou conversar, então, com o novo secretário sobre o futuro da pasta e, consequentemente, das políticas culturais da cidade.
Como não poderia deixar de ser, a Lei Chico Prego, uma das promessas de campanha do prefeito Sérgio Vidigal (PDT), mas ainda não saiu do papel, foi abordada e Philipe Lemos falou que defende seu retorno, mas que quer entender primeiro algumas questões, como o motivo da paralisação. Tomara que de fato seja possível entender e também buscar como fazer, pois uma política pública tão importante não pode ser deixada de lado por tanto tempo, aliás, por tempo nenhum.
Em termos de editais, seu foco maior durante a conversa com a coluna foi as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que, de acordo com Philipe, possibilitarão que o município receba recursos entre R$ 3 e R$ 4 milhões. A expectativa é que isso aconteça no segundo semestre deste ano. Em relação a esses editais, a palavra-chave do secretário foi diálogo. Ele afirma que, após trâmites de recebimento dos recursos, a ideia é dialogar com a classe artística para, coletivamente, estruturar os editais de cultura.
O novo secretário afirma que, em sua trajetória, a contribuição que deu à cultura foi por meio de seu trabalho como jornalista, divulgando ações do segmento. Ou seja, não se trata de um fazedor de cultura nem tem experiência em gestão, o que pode trazer algumas dificuldades, porém, a coluna deseja que as mesmas sejam dribladas e que, nesses dois últimos anos da gestão Sérgio Vidigal, as políticas culturais na Serra possam finalmente ganhar força.
Superpasta
A coluna também procurou alguns artistas da Serra. Antônio Vitor, diretor do Centro Cultural Eliziário Rangel, aponta o fato de a pasta ser de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, o que chamou de “superpasta”. Para ele, isso dificulta os trabalhos nas três áreas contempladas. Infelizmente, fundir as pastas têm sido tendência na Grande Vitória. Vila Velha uniu Cultura e Turismo, Cariacica fez o mesmo. É como se fossem segmentos de menor importância, um amontoado de penduricalhos.
Conexão
Antônio acredita que se o novo secretário conseguir conectar a Serra com as políticas estaduais e federais, “já está de bom tamanho”. Cidades com menor capacidade de gestão que a Serra, aponta, já conseguiram repassar os recursos do Fundo a Fundo, investimentos culturais feitos por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). Também espera eficiência na condução dos editais da Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que, faz questão de frisar, não são mérito da gestão municipal, mas da mobilização da classe artística em nível federal.
Espaços públicos
DJ Negana sente falta de espaços públicos na cidade onde seja possível fazer apresentações culturais. Ela destaca que faltam, por exemplo, praças. Além disso, muitas que já existem não têm infraestrutura ou, apesar de ter, não há incentivo por parte da gestão municipal para que seja ocupada pelos fazedores de cultura.
Mirante do Morro do Quadro
Saindo um pouco da Serra, a coluna vai para Vitória, mais precisamente para o Morro do Quadro, onde o Movimento Cidade, a Cidade Quintal, junto com a comunidade, realizou um projeto de revitalização do Mirante do Cabral a partir de tampinhas plásticas recicladas. Em fevereiro foi feita a coleta de tampinhas de garrafa pet.
O projeto contou com a mentoria de um dos moradores, o pedreiro e artesão Vicente. O artesão, que além de ser uma das referências na comunidade, possui uma casa ornamentada por mosaicos de tampinhas, auxiliou em todo o processo para construção de mosaicos no mirante. A ação fez parte da programação do Festival Movimento Cidade – Edição Favela.