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Movimentos debatem estratégias de abertura de diálogo com Casagrande

Fórum Igrejas e Sociedade puxa mobilização que trata de compromissos assumidos no segundo turno eleitoral

Os movimentos com quem o governador Renato Casagrande (PSB) firmou compromisso durante o segundo turno das eleições do ano passado irão se reunir virtualmente na noite desta quarta-feira (15), para debater mobilizações em busca de abertura de diálogo com a gestão estadual. A reunião foi deliberada na plenária do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação, realizada nesse sábado (11).

O coordenador do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação, Giovani Lívio, explica que a decisão foi tomada porque “Casagrande não recebe ninguém” e não adianta cada grupo ir individualmente”. Para ele, juntos, os movimentos conseguirão mostrar que “não são um ou dois que querem diálogo, mas uma parcela grande da população que votou nele”. A situação é a mesma em relação ao secretariado, acrescenta.

Giovani recorda um acontecimento recente, no dia 8 de março deste ano,  quando o movimento de mulheres quilombolas do Sapê do Norte, território ancestral localizado entre São Mateus e Conceição da Barra, no norte do Estado, não foram recebidas pelo governador, conforme solicitado em documento protocolado no Palácio da Fonte Grande dias antes, nem sequer foram atendidas pela secretária de Direitos Humanos, Nara Borgo.
“Casagrande não recebe ninguém, pois não gosta de ser confrontado”, destaca. “Ele não é da contradição, só a visão dele que serve”, reitera.

O fórum, vinculado ao Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória e composto por vários movimentos sociais, é uma das organizações com quem Casagrande assumiu compromisso, até agora sem qualquer sinalização efetiva. 

O documento assinado por Casagrande com o fórum aponta 13 reivindicações para serem efetivadas por meio de Grupo de Trabalho (GT) com participação igualitária entre representantes do governo e da sociedade civil, a ser instituído pelo gabinete do governador. A ideia é que o GT seja consultivo, com o objetivo de propor ações e acompanhar sua implementação e execução.
O governador chegou a dizer na ocasião que o pacto trazia propostas “que têm bom senso” e que mais que assinar o papel, assumiria o “compromisso de continuar governando o Estado com diálogo”. No mesmo dia, Casagrande assinou, em seu comitê, com o Movimento Negro do Estado, o documento “Demandas Negras Estruturantes para Equidade Racial e Combate ao Racismo no Estado do Espírito Santo”, que tinha como uma de suas reivindicações o diálogo sobre a nomeação de negros para o secretariado. Entretanto, há somente uma secretária negra e que já era considerada certa na equipe, a ex-vice-governadora Jacqueline Moraes (PSB), que está à frente da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres.
Outro dos muitos compromissos assumidos por Casagrande no segundo turno foi o de pagar o piso salarial para a Enfermagem a partir de janeiro deste ano, o que não aconteceu. O governador assinou ainda o termo de compromisso em defesa do Banestes Público e Estadual e se comprometeu com o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Espírito Santo (Sindaema) a não privatizar a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), além de garantir que dialogaria com as centrais sindicais, os movimentos sociais e as comunidades tradicionais durante todo mandato.

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