Programa social e obras, cachimbo da paz com Casagrande, e até cantoria: prefeito de Vitória testa fórmula para 2024
De um dos principais críticos e opositores à fase “paz e amor” com o governador Renato Casagrande (PSB); investida em programa social de amplo alcance após desgaste que evidencia sua prioridade pelos bairros e setores da elite capixaba; liberação de obras empacadas; e até cantoria ao microfone. Essas são apenas algumas das ações protagonizadas pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), num curto período de tempo, que evidenciam a tentativa de conferir à sua imagem um perfil político leve, avesso a conflitos e mais próximo do eleitorado (a frase na camisa acima é “coração nobre”). Tudo na contramão do que se viu até agora, com uma gestão marcada por decisões unilaterais e instáveis, falta de diálogo, acusações públicas e sem provas, e silêncios inexplicáveis. A estratégia do prefeito ocorre com antecedência da disputa de 2024, assim como fazem outros atores que têm foco na Capital, a segunda maior vitrine política do Estado. Com a diferença de Pazolini já acumular desgastes e representar o alvo a ser abatido na próxima eleição. Embora o prefeito sequer declare sua candidatura, já começa logo a testar sua fórmula para chegar na briga de 2024 “repaginado” e longe de arranhões. Ao seu favor, tem a máquina na mão e é também a prioridade do Republicanos, que se articula para recuperar e dominar espaços no Estado. Contrário, um extenso débito em diversas áreas e comunidades, que o tornou centro de fortes protestos. O “novo” Pazolini cola? Faça sua aposta!
Pacote
Nos últimos dias, o prefeito mexeu com as obras do Mercado da Capixaba e da ciclovia da Avenida Rio Branco. Do lado de Casagrande, participou dos testes do Aquaviário, cobrado e aguardado pela população. Abaixo, a foto que fala sobre a relação atual dos dois, que até outro dia, sequer ocupavam o mesmo espaço. A tal da política…
Boa-má ideia
A cantoria de Pazolini foi parar nas redes sociais e virou meme e charge. Ocorreu no último sábado (11), no evento de entrega do cartão do Programa Vix+Cidadania, a aposta da vez do prefeito na área social. Trata-se de um benefício destinado a 5,5 mil famílias em situação de vulnerabilidade. Afinal, quem teve a ideia do show? Gente?!
Atrás do passe
Por falar nas brigas públicas de Pazolini, a vice-prefeita, Capitã Estéfane, se reuniu nessa quarta-feira (15) com mais um partido, o PV, interessando em abrigá-la para as eleições de 2024. Ela está no Patriota, mas ecoam insatisfações desde as eleições do ano passado, quando disputou a Câmara Federal e não recebeu o devido apoio.
Obstáculos
Estéfane, primeiro, entrou no Republicanos para formar chapa com Pazolini. Após a posse, porém, foi apagada da gestão, situação que estourou em 2022, com embates públicos e tensos entre os dois, inclusive em eventos da prefeitura. A vice partiu, então, para o Patriota e um novo projeto, mas teve baixo desempenho: apenas 10 mil votos.
1,2,3…
Considerando o resultado de 2022, embora as eleições sejam diferentes, a aposta seria tentar a Câmara de Vitória. Ou o mesmo cargo, em outra composição, o que não parece estar em jogo. Encarar a candidatura à prefeitura, que se desenha acirrada, seriam outros 500, mas importante para marcar posição e visibilidade, no caso de querer projetar planos futuros.
Que tristeza!
Por falar na Câmara, a derrota de Davi Esmael (PSD) e Leonardo Monjardim (Patriota), autores dos projetos do Escola sem Partido, no plenário da Câmara, com participação de vereadores da base e com claro interesse também de Pazolini, registrou cenas pra lá de interessantes. De um lado André Moreira (Psol), crítico do projeto e que chegou a conseguir na Justiça a suspensão da tramitação, do outro, o desolado Davi. Veja bem…
No caso do prefeito, que tem a maioria na Câmara, o resultado da votação evitou que mais uma bomba fosse jogada no seu colo, com o encaminhamento para a sanção. Para além da inconstitucionalidade, foi assim que se posicionaram alguns vereadores da base. Resta saber, agora…
Interferências II
…se o processo causará ruídos entre Pazolini e, principalmente, Davi e Luiz Emanuel Zouain (sem partido). Teve dedo do prefeito no placar? Sim ou com certeza?
Nas redes
“O vereador Davi Esmael [PSD], derrotado ontem [quarta, 15] no Escola sem Partido, postou um vídeo transfóbico reforçando o que ele quer conservar: violência, lgtbfobia e exclusão social. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans. Esse discurso não será aceito!”. Karla Coser, vereadora pelo PT.
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