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Pessoas que vivem com HIV definem propostas para serviços de saúde

Criação de uma coordenação na Sesa e divulgação e uso de novas tecnologias de prevenção estão entre as prioridades

Criação de uma Coordenação de HIV/AIDS e Hepatites Virais na Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) e divulgação e uso de novas tecnologias de prevenção. Essas medidas estão entre as prioridades elencadas por pessoas que vivem com HIV/Aids no Espírito Santo, em encontro realizado em Anchieta, sul capixaba. As demandas serão levadas à Conferência Estadual de Saúde, de 24 a 27 de maio.

A primeira reivindicação, segundo o representante do Espírito Santo na Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV, Sidney Parreiras, é necessária porque as demandas dessas pessoas são encaminhadas para técnicos que também atuam em ações relacionadas a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o que dificulta o diálogo.

Já as tecnologias se referem à Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e à Profilaxia Pré-Exposição (PREP). A primeira é utilizada em situações como relação sexual sem camisinha ou com rompimento do preservativo. A outra tomada diariamente, como forma de precaução, mesmo sem haver exposição ao risco.

Também foi exaltada a necessidade de garantia da gratuidade no transporte público para pessoas vivendo com HIV/AIDS em vulnerabilidade.

Existe, em Vitória, a Lei Municipal 8.144/2011, que garante a gratuidade, mas com a integração do transporte coletivo municipal ao Sistema Transcol, não tem sido possível mais acessar esse direito.

Outro ponto debatido foi a busca por mecanismos para equalizar os sistemas de notificação no Sistema Único de Saúde (SUS), alterando de sexo biológico para gênero. Sidney explica que isso é importante porque, ao ser notificado com HIV, o paciente não tem a opção, no formulário, de indicar se pertence à comunidade LGBTQIA+, o que dificulta a geração de dados sobre as infecções em meio a esse grupo.
Também em relação à comunidade LGBTQIA+, reivindica-se a ampliação da municipalização do processo transexualizador. A ideia, aponta Sidney, é que ao passar pela hormonização, feita durante o processo de transição, trans e travestis tenham acompanhamento de profissionais em todas unidades de saúde, e não somente em algumas específicas. Ele informa que, na Capital, por exemplo, há somente uma unidade onde isso é possível.
As pessoas que vivem com HIV/Aids reivindicam também a promoção da formação continuada aos trabalhadores em saúde para atendimento humanizado das populações vulneráveis e a garantia de atendimento em qualquer Centro de Testagem Anônima/Serviço Especializado de Atendimento. Hoje o atendimento é feito em unidades da região onde a pessoa mora.

Sidney explica que, muitas vezes a pessoa quer fazer seu tratamento em outra unidade de saúde do município, ou até mesmo em outra cidade, por uma questão de sigilo, para não correr o risco de encontrar com pessoas próximas, seja como usuárias ou como profissionais do equipamento.


Essas prioridades foram levantadas no X Encontro Estadual das Três Redes de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS, encerrado nesse domingo (26). O evento reuniu a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV, de Jovens e de Mulheres, e representantes do Conselho Estadual LGBT, da Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDH), da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e do Conselho Estadual de Saúde.

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