Um estudante do 3º ano do Ensino Médio pode vir a ser internado por planejar um ataque à escola Sesi/Centro de Atendimento Integrado Sérgio Rogério de Castro, em Aracruz, norte do Estado. O pedido de internação foi feito pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), como divulgou o jornal A Gazeta. Um suposto plano de ataque foi descoberto em 15 de fevereiro, quando um papel com desenhos e detalhamento de um plano caíram da mochila do estudante, que alegou não ter intenção de executá-lo.
Entretanto, o promotor Egino Gomes Rios da Silva afirma não se tratar de “mero desenho despretensioso, mas de um planejamento detalhado de um ataque terrorista, que foi descoberto por acaso, contra a vontade do agente”, o que fez o MPES pedir a internação alegando que o adolescente cometeu ato infracional análogo ao crime de atos preparatórios de terrorismo, previsto no artigo 5º da Lei nº 13.260/2016, conhecida como Lei Antiterrorismo.
O jovem estuda na escola para o qual o suposto plano seria aplicado. A matéria aponta que, nos desenhos, havia uma planta das dependências da escola, com possíveis locais para execução do ataque, como a sala dos professores e da diretoria, além de mencionar possíveis armas a serem utilizadas, a exemplo de machadinha TS, pistola 50 Taurus e 14 munições, bem como partes do corpo preferenciais para ser atingidas: cabeça, peito e pernas. Constava, ainda, o nome de um fórum virtual conhecido por disseminar ideias extremistas e violentas que o adolescente participava.
O adolescente responderá por “ato infracional análogo aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, quatro homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima”. O autor dos ataques utilizou arma do pai, tenente da Polícia Militar (PM), que deu um livro de Hitler para que o filho lesse e recomendou a bibliografia nas redes sociais.
Por isso, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) também investiga quais as possíveis contribuições do pai do atirador para que o crime fosse consumado, e quais as relações do adolescente de 16 anos com células nazistas e fascistas que se expandem pelo país. Um dos pontos da investigação é descobrir se o pai ensinou ao filho a dirigir e atirar.