Mensagens de ameaças nesta segunda são falsas e autores estão sendo investigados com rigor, afirma governador
O governador Renato Casagrande (PSB) anunciou o lançamento de um Plano de Segurança Escolar para o próximo dia 27 de abril. O objetivo, afirmou, é “ampliar a segurança no ambiente educacional”.
O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (10), em meio a mais um dia de múltiplas mensagens sobre ameaças e ataques a escolas, todos, afirma, falsos, segundo apurações já realizadas. “Nossas equipes de inteligência estão apurando com rigor informações falsas e seus autores sobre ameaças de ataques a escolas”, disse, orientando a população a “não compartilhar mensagens sem verificação” e realizar denúncias pelo telefone 180.
As mensagens que se multiplicaram nas redes davam conta de que massacres seriam realizados entre os dias 10 e 20 de abril, em diversas escolas. Tudo, porém, resultado de grupos que querem instalar o caos. “Qualquer tentativa de aterrorizar nosso sistema escolar será combatida”, ratificou o governador.
O tema já havia sido abordado na última quarta-feira (5), pelo comandante da Companhia Especializada de Polícia Escolar (Cepe), Capitão Eliandro Claudino de Jesus, que mencionou a preparação de cursos de formação a serem ministrados ainda este mês para diretores de escolas e, em seguida, professores e alunos, além de capacitações de policiais militares e um seminário nacional sobre o assunto no segundo semestre.
Sobre o pedido de inserção de representantes da sociedade civil nos debates de governo e elaboração de políticas públicas em andamento, o comandante da Cepe entende que é bem-vindo e pode ocorrer no âmbito do Comitê Integrado de Segurança Escolar criado no mês passado, sob coordenação da Segurança de Estado de Segurança Pública e Defesa Civil (Sesp).
“O comitê está em fase de estruturação, foram feitas três ou quatro reuniões, e está sendo avaliado que projetos podem entrar num planejamento macro. Não há complicador para a presença da sociedade civil nele, isso pode acontecer em alguns momentos, convidada a conhecer os programas e também ajudar a pensar essas ações”, comentou.
Diálogo intersetorial
As diversas tentativas de fomentar o pânico nesta segunda-feira também foram abordadas pela deputada Camila Valadão (Psol). Ao gravar um vídeo a partir da Universidade Federal do Estado (Ufes), onde estudantes relataram um ameaça com faca dentro do banheiro de um prédio do curso de Direito, feito por uma mulher mascarada contra uma aluna, ela afirmou ter se tratado de um caso específico e não uma tentativa de massacre generalizado, e mencionou as muitas mensagens sobre massacres em escolas de educação básica do Estado e, a exemplo do governador, pediu para que as pessoas não compartilhassem informações que não fossem oficiais, para não aumentar o medo das famílias.
Criticada por supostamente ter minimizado o fato dentro do campus universitário e o sentimento de desespero das famílias de alunos das demais escolas, a parlamentar publicou uma segunda mensagem afirmando a necessidade de debater segurança na universidade federal e em todas escolas, e que esse debate precisa acontecer de “forma intersetorial, abrangendo várias áreas do conhecimento”.
“A gente vem cobrando do governo do Estado o monitoramento dos fóruns, de grupos, chats extremistas que vêm provocando esse verdadeiro caos no nosso país. Que a gente possa avançar num debate de segurança que pense uma cultura de paz nas nossas escolas e não uma cultura de medo e de guerra, como a gente tem enfrentado. Que a gente possa fazer esse debate nas diferentes esferas, acolhendo obviamente todas as dores e sofrimentos que todo esse processo tem provocado em todos nós”.