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Abril deve registrar queda de casos de Covid e estabilização de dengue

Vitória tem o menor número de casos de dengue. Baixa vacinação de crianças contra Covid preocupa

Divulgação/Sesa

O mês de abril deve fechar com uma queda no número de casos de Covid-19 e estabilização das notificações por dengue. A previsão é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), com base nos números registrados desde o início do ano. Em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (12), o secretário de Estado de Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin, informou que a atual Semana Epidemiológica, de número 15, mostra essas duas tendências, após um período de crescimentos preocupantes dos adoecimentos por essas duas doenças.

“Na atual semana, temos até agora 453 casos, indicando que o número deve permanecer abaixo da anterior e que o platô, portanto, foi atingido nas três últimas semanas, devendo haver nova queda em breve”, disse, destacando que esse aumento foi de 40% em relação à Semana 10, que havia registrado o menor número de casos desde a última ascensão da curva. Apesar de grande, o aumento dos casos não impactou os serviços de saúde, tendo sido mantida uma medida de 50 a 60 internações/dia, com raras internações de crianças.

Até o momento, conforme mostra o Painel Covid-19 do governo do Estado, o Espírito Santo registrou 1,329 milhão de casos e 1,5 mil óbitos, resultando numa taxa de letalidade de 1,1, considerada a menor do Brasil. A média móvel dos últimos 14 dias é de 152 a 153 casos por dia.

A curva de óbitos apresentou comportamento semelhante, apontou Reblin. Enquanto em dezembro foram mais de 100 mortes por Covid no Estado, em janeiro foram 53; fevereiro, seis; março, 14; e abril, até agora, sete. “O número de casos deve equalizar daqui por diante. Esperamos que permaneça a tendência de queda, com aumentos, se houver, sendo cada vez menos acentuado”.

A perspectiva, no entanto, ainda não está calcada em um “desenho de previsão” nacional ou estadual. Reblin explicou que esses desenhos são feitos geralmente após cinco anos de acompanhamento de uma doença com características epidemiológicas como a Covid. “Talvez a gente consiga fazer esse desenho com menos tempo para a Covid”, conjecturou. “Só aí poderemos avaliar caminhos para a endemicidade da doença, que é uma ocorrência da doença em determinados períodos do ano, como ocorre com a dengue”.

Com a vigência da pandemia, o subsecretário reforçou a conhecida recomendação para que, em casos de exposição perigosa ao vírus ou algum sintoma, que as pessoas façam o teste, que está disponível em várias unidades de saúde dos municípios e também nos lugares de grande fluxo, como Aeroporto, Rodoviária, Terminal de Laranjeiras e Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “Se estiver positivo, faça o isolamento, seu e dos seus contatos diretos”.

Sobre a vacinação, Reblin alertou para a baixa adesão à monovalente entre as crianças e, entre todos os grupos etários, da bivalente. O esquema básico, explicou, é de duas doses em adultos e de três doses para crianças até dois anos de idade. Mas, quanto mais jovem, menor é a cobertura vacinal: 100% nas pessoas com 60 anos ou mais; 89% entre os de 18 a 59 anos; 76% para 12 a 17 anos; 40% entre os de 5 a 11 anos; 11% entre 3 e 4 anos; e apenas 2% dos bebês entre seis meses e dois anos tomaram duas doses.

“A construção da imunidade começa na tenra idade. É uma constatação difícil de ser feita, que a gente pode deixar toda uma população com uma resposta imunológica menor que a necessária para enfrentar a doença nos próximos anos, porque a Covid tende a ser tornar uma doença endêmica entre nós”.

O reforço com a bivalente – que protege contra o vírus original e também a variante ômicron, predominante mundialmente –, disse, deve ser tomado pelas pessoas dos grupos aptos, após quatro meses de aplicação da segunda dose da monovalente. São eles: pessoas com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas, trabalhadores em saúde, pessoas com deficiência permanente, com imunocomprometimento, com comorbidades, privados de liberdade, quilombolas, ribeirinho e indígenas.

Até o momento, apenas 166 mil doses da bivalente foram aplicadas, o que corresponde a 16% do público-alvo, de 1,03 milhão de pessoas. Dessas, 138 mil são idosas, sendo que o total desse público é de 619 mil pessoas.
“O outono é uma estação propícia para maior propagação de doenças respiratórias. Esta população, mesmo com a doença estando em queda, é mais exposta ao adoecimento de forma grave. Então, para além da proteção coletiva, há o aspecto individual de proteção”, sublinhou.

Gripe

A imunização contra a gripe (vírus Influenza A e B) também está baixa. O início da vacinação foi na semana passada e até, agora, apenas 58,4 mil doses foram aplicadas, dentro de um universo de mais de um milhão de pessoas aptas, o que é menos de 5% do total. “Pode tomar as vacinas contra Covid e influenza simultaneamente”, recomendou.

Dengue

O Estado já registrou 86 mil notificações de dengue até o momento, com 29 óbitos. De Chikungunya foram 6,3 mil notificações e um óbito. Zika, 4,7 mil notificações e nenhum óbito.

O termo utilizado para essas arboviroses é “notificação” e não “casos”, porque, segundo Reblin, quando há uma suspeita, é feita a notificação, o que direciona o trabalho das equipes de vigilância para os locais com mais incidência. A confirmação da contaminação ou não, explicou, pode demorar até 60 dias, o que justifica a ação sanitária imediata, para evitar o agravamento da situação. 

Atualmente, são em torno de duas mil notificações por dia de dengue e nove mil casos por semana. A Sesa observa uma estabilização das notificações de dengue, o que indica o início de uma redução em breve. “Mas não podemos baixar a guarda”, salientou, pois há casos graves que precisam ser evitados.

Os casos graves são sempre motivo de internação, havendo ainda os sinais de alarme, que necessitam de uma observação atenta dos serviços de saúde, principalmente em relação à hidratação, por pelo menos 24h a 48h. Os sinais de alarme são: dor abdominal, vômito persistentes, alteração de hemograma considerável, alteração de pressão arterial importante. Até agora foram registrados 111 casos graves e 2 mil sinais de alarme.

Considerando as quatro grandes regiões de saúde, a Sesa ranqueou os municípios com maior número de casos e maior incidência, este, mostrando o número de casos a cada 100 mil habitantes, o que indica maior risco de contaminação.

Na região Metropolitana, que envolve, além da Grande Vitória, outros 15 municípios, Vitória registrou o maior número de casos, seguida de Vila Velha, Serra e Cariacica. As maiores incidências ocorreram, em ordem decrescente, em Conceição do Castelo, Ibatiba e Itaguaçu.

Na região Central: Linhares, Colatina, São Gabriel da Palha e São Roque do Canaã tiveram maior número de casos. São Roque do Canaã, Linhares, Vila Valério e São Gabriel da Palha, as maiores incidências.

Na região Sul: Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Mimoso do Sul e Jerônimo Monteiro (Casos). E Castelo, Atilio Vivavqua, Jerônimo Monteiro e Muqui (incidência).

Na região Norte: São Mateus, Barra de São Francisco, Pinheiros e Boa Esperança tiveram maior número de casos. Mucurici, Barra de São Francisco, Pedro Canário e Montanha, maior incidência.

As menores incidências estão, em ordem crescente: Santa Leopoldina (região metropolitana), com três casos; Dores do Rio Preto (região sul), sem registro; Jaguaré (norte), com 15; e Governador Lindenberg (central), 12 casos.

Reblin lembrou que, para cada caso confirmado, a literatura científica considera que há quatro a cinco que não são notificados, de pessoas que passam pela doença sem apresentar sintomas.

Em relação a mortes por dengue, Linhares tem até agora o maior número, segundo retificou a Sesa nesta quinta-feira (13). Segue lista decrescente, de acordo com o local de residência dos pacientes que foram a óbito: Linhares (6); Castelo (5); Vitória (3); Cachoeiro de Itapemirim (2); Colatina (2); Muniz Freire (2); Serra (2); Afonso Cláudio (1); Governador Lindenberg (1); Ibatiba (1); Marataízes (1); Muqui (1); Pancas (1); Santa Maria de Jetibá (1); São Mateus (1); Vila Velha (1).

Outra recomendação vital e já conhecida da população foi reforçada pelo subsecretário, que é a limpeza dos quintais e da casa, onde 80% dos focos são encontrados. “Eliminar qualquer material que acumule água. O ciclo do mosquito é de sete dias. Precisa olhar toda semana, para evitar que ele coloque os ovos. Nos espaços públicos, as prefeituras geralmente retiram os materiais que acumulam água, então procure a sua cidade para que cumpra essa tarefa”.

Sobre o inseticida, o subsecretário lamentou o atraso que o Ministério da Saúde teve no ano passado com a compra do veneno que mata o mosquito adulto e que ainda não chegou aos estados. Há no momento apenas o veneno contra a larva. Mas o inseticida, ressaltou, “é só um pedaço muito pequeno do combate. O melhor é a retirada do material que acumula água, para evitar a colocação dos ovos”.

As chuvas, explicou, quando são fortes, levam os criadouros. Mas, depois, os mosquitos que sobreviveram põem ovos nos pontos que armazenaram chuva, na calha, na tampinha de garrafa, no ralo, havendo surgimento de novas larvas.

Máscara

O subsecretário de Vigilância em Saúde informou ainda sobre a regra atual relativa ao uso de máscaras faciais de proteção contra Covid. Segundo a nova normativa da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), a Sesa adotou a regra de não mais recomendar o uso em geral pela população, sendo recomendado apenas para as pessoas positivas para Covid e seus contatos diretos (que devem fazer isolamento, mas em necessidade de sair, devem usar a máscara).

No serviço de saúde, a recomendação é apenas nas unidades que fazem internação, e apenas nas áreas de internação e de triagem. Há, ainda a liberdade para que algumas unidades de saúde, como ambulatórios, PAs e hospitais, façam a recomendação do uso pelos presentes, caso não consigam fazer uma triagem imediata dos casos que aguardam atendimento. “Mas não há proibição de uso. A pessoa pode a seu critério usar, se sentir mais segura assim”.

Hemoes

Reblin também fez um apelo à sociedade para que ampliem as doações de sangue, visto que o Hemoes passa por seguidas situações críticas em seu estoque.

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