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‘Nossa Senhora, interceda para que não fechem nossa escola’, clamam comunidades

Visitantes do Carnaval de congo de Roda D’Água foram recebidos com faixas pela reabertura de escola do campo

Redes Sociais

“Nossa Senhora, interceda para que não fechem nossa escola”. “Senhor Euclério, não deixe a Seme [Secretaria Municipal de Educação] fechar nossa escola”. “Devolva nosso ônibus amarelo”. Essas foram algumas das faixas expostas nas casas de moradores da comunidade rural de Roda D’Água, em Cariacica, durante os festejos do tradicional Carnaval de Congo realizado nessa segunda-feira (17), Dia de Nossa Senhora da Penha, que atrai todos os anos visitantes de toda a Grande Vitória e outras partes do Estado.

O motivo foi sensibilizar a sociedade e pressionar o poder público a reativar a Escola do Campo e Estação de Ciências de Tempo Integral (Ececti) Margareth Cruz Pereira, fechada em janeiro pela gestão do prefeito Euclério Sampaio (União).

A chegada de uma quantidade maior que o normal de ônibus até o local da festa também foi salientada pelos moradores, nas redes sociais, que criticaram a alegação da prefeitura, de que a escola não está funcionando devido à má condição das estradas, que impossibilita o transporte escolar.

“Nós, moradores de Taquaruçu, Trincheira e Encantado, mais conhecido como Roda D’Água, estamos revoltados por causa disso: a Ceturb [Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros] não permite que o Transcol suba até o ponto final do bairro Roda D’Água por causa da cratera no asfalto, mas olha isso, hoje na festa do Carnaval de congo, esses ônibus estão todos no novo ponto final do bairro. Queremos respostas, pois já estamos cansados de só conversa e nada se resolve”, criticou a presidente da Associação de Moradores de Taquaruçu, Trincheira e Encantado (Amotte), Marcia Maria Souza.

Redes Sociais

Após o protesto, a prefeitura fez circular uma comunicação rebatendo os dizeres das faixas, em que primeiro afirma que “Não haverá fechamento da escola”. Em segundo, pede para que não sejam veiculadas “informações falsas” sobre o caso, e pedindo que todas as dúvidas sejam sanadas diretamente com a direção da escola.

Em seguida, fala sobre duas propostas, apresentadas durante reunião no dia 14, que estão em análise pela prefeitura, em que haveria uma separação dos alunos, com uma parte estudando em escolas de outros bairros próximos, sem a educação do campo, uma pequena parte na Ececti, mediante reabertura de um setor da escola, e outra em um local chamado de anexo.

Por último, o comunicado diz ainda que “após analisadas, a proposta que se apresentar viável será compartilhada pela direção da escola com vistas a beneficiar ao máximo possível de alunos até o período de conclusão das obras da estrada (buraco)”.

Para as comunidades diretamente prejudicadas, no entanto, há soluções que não dependem do acerto definitivo das estradas, o que indica intenção deliberada da prefeitura em fechar a escola.

Redes Sociais

No abaixo-assinado que circula na região, os moradores afirmam: “sabemos que as chuvas do final de 2022 danificaram parte da estrada de acesso à unidade de ensino e até agora pouco foi feito para a solução do problema, porém há um acesso alternativo à escola, que era utilizado até 2019 pela região de Sertão Velho, mas o que falta de fato é um transporte escolar adequado”.

Acompanhando o caso, o Comitê de Educação do Campo do Espírito Santo (Comeces) publicou um manifesto de “apoio e solidariedade” às comunidades, em que aponta que “o serviço terceirizado contratado para essa finalidade não possui ônibus adequados para circular em estradas rurais”.

No documento, os educadores externam “preocupação com a possibilidade de fechamento da Escola do Campo e o remanejamento dos estudantes para duas escolas urbanas mais próximas, como é a atual proposta do poder público”.

“Fechar escola do campo é crime!”, afirma o Comitê, que reivindica “retorno imediato do funcionamento regular da escola”.

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