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‘Olho no olho’

Casagrande afrouxa a corda e atende a pleito dos servidores: auxílio-alimentação fecha em R$ 600, o dobro do que é pago desde 2018

Leonardo Sá

Uma conversa convocada pelo governador Renato Casagrande (PSB) na tarde desta terça-feira (2), quando os servidores estaduais realizavam um ato na Assembleia Legislativa, fechou mais uma etapa das negociações abertas neste ano para atendimento às pautas do funcionalismo público, estagnadas há anos. Depois de impasses registrados nos últimos dias, o governador recuou da proposta apresentada por sua gestão, que acirrou a mobilização, e resolveu atender ao pleito em relação ao auxílio-alimentação. O benefício passará dos R$ 300, pagos desde 2018, para o dobro, R$ 600, como reivindicavam entidades representativas do Estado. O governo, como tratado aqui na coluna passada, insistia em R$ 550. A outra demanda que envolve a questão, no sentido de garantir a isonomia entre os poderes, que seria a apresentação de um cronograma de aumento escalonado do auxílio, seguirá em debate nas próximas reuniões da mesa de negociação, com sinalização de mudanças a partir de 2024. A meta é chegar a R$ 1 mil, ainda inferior ao que se destina a servidores da Assembleia e do Ministério Público Estadual (MPES), Tribunal de Justiça (TJES) e Tribunal de Contas (TCE). Isso não impediu, porém, que o desfecho do encontro com Casagrande tenha sido efusivamente comemorado. Longe disso! Os servidores destacam, nas redes sociais, a vitória de uma longa e exaustiva luta e, como apontam, o marco de uma mudança de tratamento do governo em relação ao funcionalismo público e do “olho no olho” com Casagrande, nas palavras do presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos (Sindipúblicos), Iran Caetano.

Retroativo
O projeto do novo auxílio-alimentação será enviado para a Assembleia ainda nesta semana. A ideia é pagá-lo junto com os salários de maio. Caso não dê tempo, será no próximo mês, porém, retroativo a 1º de maio. O benefício alcançará 52 mil servidores.

Comparativo
Para mostrar, mais uma vez, a quantas andam os valores, o benefício é de R$ 1,82 mil na Assembleia; R$ 1,8 mil no MPES; R$ 1,54 mil no Tribunal de Justiça; e R$ 1,93 mil no Tribunal de Contas.

Aberta a temporada!
A aprovação pela Câmara de Vitória, nesta terça, do aumento dos salários dos vereadores em praticamente 100% – de R$ 8,9 mil para R$ 17,6 mil -, a partir de 2025, vem na esteira de uma sequência de fatos semelhantes envolvendo legislativos. Depois reclamam de descrédito popular.

Cara, crachá
Sempre bom citar as credenciais. Os autores da proposta foram Maurício Leite (Cidadania), Aloísio Varejão (PSB) e Luiz Paulo Amorim (SD). Obviamente, três votos favoráveis, que se somaram a outros cinco: Anderson Goggi (PP), Chico Hosken (Podemos), Dalto Neves (PDT), Duda Brasil (UB) e Karla Coser (PT).

Única e exclusivamente
O deputado Mazinho dos Anjos (PSDB) fez discurso no plenário da Assembleia nesta terça, dizendo responder a esta coluna. Ele se incomodou com a própria fala, que transcrevi aqui na última semana, sobre os quiosques demolidos da Vila Rubim, Centro de Vitória. Ué, não foi nada mais do que o discurso dele, tim-tim por tim-tim. Não fui eu quem disse a frase “”Os boxes eram usados única e exclusivamente para tráfico de drogas”, nem que os “políticos que estiveram por lá apoiam o tráfico de drogas”.

Cada uma…
Citei três pessoas que se declararam comerciantes, que deram entrevistas não só a este Século Diário, como a outros veículos de imprensa – A Gazeta e G1 -, para pontuar que o deputado estava generalizando e questioná-lo sobre isso. E, sim, a coluna de opinião – não matéria – tem uma pergunta no título, deputado. Não pode, oras? Mas isso é conversa para jornalistas!

Explico…
Para quem não acompanhou, em discurso anterior, Mazinho elogiou a ação do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) de demolir 12 quiosques. Exaltou que conhece a região e esteve lá recentemente, quando pôde constatar a situação, e arrebatou as afirmações acima, além de apontar que “não são comerciantes, muito pelo contrário, ninguém paga imposto”. Informação também contestada pelo presidente da Associação de Comerciantes da Vila Rubim, Rubens da Silva Ferreira.

Explico II…
No novo discurso, Mazinho disse que falou tudo com provas e citou trechos de relatórios oficiais. Também mirou nesta colunista. Mas pode ficar tranquilo, deputado, ao contrário do que você disse, não tem jornalista “sentado em cadeira” aqui, não, mas sim dando voz a pessoas e comunidades invisíveis ao poder público e, inclusive, aos “nobres” deputados. Ah, meu nome é Manaira Medeiros!

Nas redes
“Seguindo nosso diálogo com os representantes dos servidores públicos nesta tarde, decidimos elevar a proposta de reajuste do auxilio alimentação estadual para R$ 600,00. Estamos dobrando o valor atual como forma de corrigir a defasagem e garantir melhores condições de trabalho”. Renato Casagrande, PSB.

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Muito abaixo

Com protesto na Assembleia na próxima terça-feira, servidores estaduais cobram isonomia no pagamento de auxílio-alimentação


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/muito-abaixo


É isso, mesmo?!

Mazinho acusa quiosques demolidos na Vila Rubim de tráfico de drogas e os políticos que lá estiveram de defender a ação ilegal


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/e-isso-mesmo

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