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Empresa não apresenta laudo sobre contaminação e recebe novo prazo do Ibama

Caminhão da CargoModal, que transportava agrotóxicos, tombou no rio Itabapoana no dia 1º de maio

Divulgação/Ibama

A empresa responsável pelo caminhão que transportava agrotóxicos e tombou no rio Itabapoana não cumpriu o prazo estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para apresentar os laudos sobre contaminação das águas e pescado e, ao contrário de qualquer punição, recebeu um novo prazo para atender à determinação.

O prazo para apresentação dos resultados das análises venceu nessa quarta-feira (10). Com o descumprimento, o novo prazo é o dia 24 de maio. As informações são da presidência do Ibama em Brasília.

“A Ambipar (empresa contratada pela transportadora para dar resposta ao acidente) fez coletas de água no rio Itabapoana em 2/5/2023 e as enviou para análise laboratorial. No mesmo dia, o Ibama notificou a empresa transportadora CargoModal para apresentar os resultados das análises das amostras. O prazo da notificação terminou em 10/5/2023. De acordo com a empresa, o laboratório ainda não forneceu os resultados das análises. O Ibama notificou a empresa para realizar novas amostragens no rio Itabapoana e apresentar os resultados das novas análises, com vencimento em 24/5/2023”, informa a nota.

O acidente ocorreu no último dia 1º, quando o caminhão caiu dentro da represa da Pequena Central Hidrelétrica (PCG) Pedra do Garrafão, em Apiacá, sul do Estado. No dia seguinte, a superintendência estadual enviou uma equipe ao local. Somente no dia 3 de maio, o caminhão foi retirado da represa, quando um comunicado foi enviado à Federação de Colônias e Associações de Pescadores do ES (Fecopes), alertando sobre a necessidade de avisar aos pescadores para não pescarem nem consumirem o pescado da região atingida.

As companhias de abastecimento de água dos municípios atendidos pelas águas do Itabapoana possivelmente contaminadas, no Espírito Santo e Rio de Janeiro, também foram alertadas, segundo a autarquia, que afirma manter o alerta de suspensão do consumo de água e pescados até os resultados das análises laboratoriais mostrarem a ausência de risco.

Nesta quarta-feira, a ONG Reflorestamento e Ecodesenvolvimento do Itabapoana (Redi) questionou o superintendente do Ibama no Estado, Luciano Bazoni, e o Ministério Público (MPES), a respeito das medidas tomadas.

O documento elenca questões como o atraso no envio do ofício de alerta às instituições capixabas, feito só 48 horas depois do acidente; falta de comunicação direta do Ibama com autoridades locais, como prefeitos e secretários de Meio Ambiente, bem como comunidades ribeirinhas, que souberam do ocorrido pela mídia; aparente ausência de um plano operacional para esse tipo de acidente, por parte do Ibama e da empresa transportadora; e possibilidade de ressarcimento da população que depende do pescado e da água para trabalhar. Segundo a Redi, os ofícios não tiveram resposta até a tarde desta sexta-feira (12).

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