Termo foi apresentado pela Defensoria para garantir abastecimento de água na região, que engloba Itararé e bairros vizinhos
A recusa por parte da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) em assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) apresentado pela Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) em março último, indignou os moradores do Território do Bem, em Vitória, região que engloba as comunidades de Itararé, Jaburu, Bairro da Penha, Bonfim, Engenharia, Consolação, Floresta, Gurigica e São Benedito. O TAC tem como objetivo garantir o abastecimento de água na região, que registra sucessivos problemas.
A empresa comunicou seu posicionamento nessa sexta-feira (12), em reunião com representantes das comunidades e da DPES, alegando que havia cláusulas cuja concretização não era possível. Uma delas é a disponibilização de carro-pipa até o término das obras do reservatório de água.
Crislayne Zeferina, integrante do Coletivo Beco, que atua na região, narra que a Cesan argumentou que não é possível prestar esse tipo de serviço nas partes altas, somente nas baixas, e isso poderia causar conflito entre os moradores, conforme experiência relatada pela Cesan em outra localidade. Entretanto, para ela, a empresa não deveria utilizar algo que afirma ter ocorrido em outro bairro para tomar uma decisão acerca de outra região, pois a solidariedade é uma prática comum nas comunidades do Território do Bem.
Outra cláusula do TAC questionada pela Cesan foi a realização de diagnóstico das áreas das comunidades em que há problema de abastecimento. Com o diagnóstico, a empresa deveria informar o número de residências e comércios da localidade, e quais deles enfrentam dificuldades de abastecimento e qual a natureza dessas dificuldades, a ser encaminhado para a DPES em até 30 dias após a assinatura do TAC. No referido relatório, deveria constar ainda o número de ligações regulares e quantas delas possuem tarifa social.
Nesse domingo (14), inclusive, houve falta d’água, prejudicando o comércio da região. Proprietária de um restaurante no Bairro da Penha, Jane de Jesus Araújo teve que suspender a venda de comida, como porções, podendo disponibilizar somente bebidas. Jane relata que, quando a água faltou, estava acontecendo uma festa de dia das mães organizada pela comunidade. Os participantes que queriam algo para comer tiveram que comprar alimentos prontos, como sorvete.