Senador é investigado por cinco crimes e tentativa de sabotar apurações dos atos golpistas de 8 de janeiro
A Polícia Federal (PF) realizou, nesta quinta-feira (15), ação de busca e apreensão nas residências do senador Marco do Val (Podemos) em Brasília (DF) e Vitória, além de seu gabinete no Congresso Nacional. O parlamentar também teve suas redes sociais suspensas. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O senador é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Conforme noticiado pela imprensa nacional, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do senador durante a operação, mas o pedido foi negado pelo STF. O caso tem relação com as investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. Do Val estaria tentando prejudicar as apurações e teria divulgado documentos sigilosos em suas redes sociais. Um deles nesta semana, um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com alertas sobre os atos golpistas.
Do Val é alvo de inquérito desde 3 de fevereiro, que investiga as diferentes versões apresentadas quanto à suposta articulação de um golpe de Estado, que teria participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
A primeira versão do senador foi apresentada por meio de live em redes sociais e de entrevistas à revista Veja e às emissoras de TV CNN e GloboNews. Do Val disse que foi coagido e que o plano visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. O senador participaria gravando conversa com o ministro Alexandre de Moraes. Afirmou, ainda, que o encontro, no qual o plano foi apresentado por Daniel Silveira, que está preso, teve a participação de Bolsonaro.
Antes da abertura da investigação, Alexandre de Moraes determinou que o senador fosse ouvido pela Polícia Federal, o que ocorreu no dia
2 de fevereiro. Depois disso, Do Val apresentou pelo menos quatro versões antagônicas, o que, de acordo com o ministro, demonstrou a “pertinência e necessidade” da realização de diligências para o seu completo esclarecimento e para a apuração dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo.