Eleições à Prefeitura da Serra e o bate-rebate antecipado entre Audifax Barcelos e Sérgio Vidigal
A polarização presente há anos na Serra se repete agora, com bastante antecedência das eleições de 2024, entre o ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido) e o atual, Sérgio Vidigal (PDT). O primeiro de forma direta, já preparando o enredo de sua campanha para tentar abater novamente seu principal adversário; o outro em estratégia de defesa, mandando também seu recado nas redes sociais. Há algum tempo, Audifax aparece publicamente e lança um míssil na direção de Vidigal. Foi o que aconteceu outra vez nessa quarta-feira (14), focado no mesmo tema de obras, acrescentando novos elementos. “A Serra perdeu o protagonismo no Espírito Santo e no Brasil”, disparou, para questionar: “Qual o legado a atual gestão, depois de três anos, tem deixado? Como anda a nossa cidade?”. Na sequência, faz uma convocatória ainda mais incisiva como futuro candidato: “Vamos falar daqui pra frente sobre isso, para que você possa fazer sua reflexão e análise”. Vidigal tem respondido com publicações exaltando sua gestão em pontos criticados por Audifax. No mesmo dia, publicou que a “Serra é uma força impulsionadora para o desenvolvimento da cidade e do Espírito Santo! Os números positivos estão transformando essa região em um verdadeiro polo de crescimento econômico, educação e bem-estar”. Não tem muito tempo, rebateu também falas em relação às obras da Rotatória do Ó. Audifax reclamou da demora e disse que deixou tudo pronto, enquanto Vidigal alegou que “a execução do projeto se mostrou um grande desafio, que exigiu muitas mudanças”, mas que “os obstáculos foram superados com uma ação exemplar de engenharia e a previsão é que a conclusão ocorra em agosto”. O cenário e a sede de Audifax reiteram questões que estão por aí nas rodas políticas. Um possível sucessor de Vidigal teria condições de liquidar o ex-prefeito? O pedetista abrirá mão da disputa pela reeleição, custe o que custar? Há quem aposte que não!
Comparativo
A ofensiva inclui, ainda, listar obras que Audifax considera “legados importantes” de sua gestão: o Hospital Materno Infantil, a UPA de Castelândia, 15 supercreches, a Arena Jacaraípe, o Parque da Cidade, a restauração de Queimado, as orlas de Bicanca e Balneário de Carapebus e a rotatória de Maringá. “Éramos a cidade mais transparente do Brasil, a que mais investia em saúde, educação e em várias obras”, acrescentou.
Incertezas
O ex-prefeito, aliás, é um que não teve êxito em eleger um sucessor. Audifax não podia disputar em 2020 e emplacou o aliado, ex-vereador Fábio Duarte (Rede), para enfrentar o adversário. O resultado das urnas foi acirrado, teve segundo turno, mas não suficiente para liquidar a marca Vidigal.
Novo abrigo
Agora, se vê novamente com chance de retomar o poder no município, depois de uma disputa inexpressiva ao governo do Estado no ano passado, quando também deixou a Rede Sustentabilidade. Hoje, tudo indica, se filiará ao PP.
Novo abrigo II
As conversas com o partido, já com algumas rodadas, ganharam ainda mais tom de consolidação com o anúncio oficial de saída da vereadora Elcimara Loureiro para filiação ao PT. Ela quer disputar, justamente, a Prefeitura da Serra.
Bola da vez
No caso da sucessão de Vidigal, o nome que desponta é do jornalista e ex-apresentador de TV Philipe Lemos, do seu partido e nomeado este ano secretário municipal de Cultura. Em sua estreia em disputas eleitorais, em 2022, à Câmara dos Deputados, ele teve 45,2 mil votos e chamou atenção da legenda para voos futuros. Philipe, inclusive, passou a morar na Serra.
Renovação?
Outros são cotados, como o deputado federal Amaro Neto, que sempre aparece nas possibilidades na Serra e em Vitória. O Republicanos, porém, pretende filiar o deputado estadual Pablo Muribeca (Patri), oposição a Vidigal, que já se colocou no páreo.
Renovação II?
Outros dois deputados vêm de candidaturas no município em 2020, Alexandre Xambinho (PSC) e Vandinho Leite (PSDB). No PL, o vereador Igor Elson garante que terá um palanque para chamar de seu.
Funil
O tabuleiro final dependerá exatamente da decisão de Vidigal e das alianças que serão formadas a partir daí. Até lá, o bonde permanecerá lotado. A conferir!
Nas redes
“A busca e apreensão contra Marcos do Val parte de uma suspeita de obstrução da justiça nos fatos relativos aos atos golpistas. Já estou preparando uma questão de ordem pra que, além de André Fernandes [deputado federal do PL-CE], o senador também seja substituído na CPMI. Investigado não pode investigar!”. Rogério Correia, deputado federal pelo PT-MG e integrante da comissão que investiga o 8 de janeiro, sobre a ação da PF contra o senador do Estado nesta quinta-feira (16).
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