Lucas, PM que é autor dos disparos, responderá também por abuso de autoridade. Crime foi enquadrado como motivo fútil
Duas pessoas foram indiciadas e denunciadas pelo assassinato do músico, capoeirista e bacharel em Direito, Guilherme Rocha, de 37 anos, no condomínio onde morava, em Jardim Camburi, Vitória, no mês de abril. São elas: o policial militar Lucas Torezani de Oliveira e seu colega, Jordan Ribeiro de Oliveira. A investigação concluiu que ambos cometeram homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e sem possibilidade de defesa. Lucas também foi indiciado por abuso de autoridade, pois ao ser interpelado pela vítima, se apresentou como policial militar.
Foi pedida a prisão preventiva de Lucas, que está detido desde abril. Jordan vai responder em liberdade. Conforme informou o delegado Marcelo Cavalcanti, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Guilherme foi assassinado na terceira tentativa de tentar fazer cessar o barulho proveniente de uma comemoração que estava acontecendo no salão de festas do condomínio, pois não estava conseguindo dormir. A primeira foi às 2h22. Depois ele desceu novamente, às 2h54, tendo sido a última tentativa às 3h03.
Marcelo Cavalcanti relata, ainda, que Lucas esperou que a vítima morresse, além de ter impedido a esposa de Guilherme de socorrer o marido. Enquanto ela queria prestar socorro, o autor dos disparos dava umas goladas em uma bebida, o que “demonstra frieza”, reforçou.
Outra atitude que demonstra frieza por parte do atirador foi a criação de um grupo no WhatsApp no qual inseriu Jordan e outra pessoa que estava na festa e testemunhou o assassinato, mas não foi indiciada. O grupo foi criado para combinar versões a serem ditas para a polícia sobre o crime. “No grupo, Lucas disse que se a vítima queria silêncio, ela está no silêncio eterno, mais ou menos isso a expressão que ele utiliza”, diz o delegado.
Na ocasião em que o crime ocorreu, Marcelo afirmou que o PM tinha o hábito de beber no condomínio, promovendo “algazarra” e “zoada”, sempre na entrada do bloco da vítima. Por esse motivo, já existiam cinco ocorrências contra ele em dois meses, como reforçado pela síndica, Mônica Bicalho.