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Pescadores querem solução para assoreamento do rio Reis Magos, em Nova Almeida

Situação inviabiliza a pesca e ameaça imóveis. Pauta será discutida com gestões municipal e estadual nesta quinta

Uma reunião no gabinete do prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), acontecerá nesta quinta-feira (22) para discutir o assoreamento do rio Reis Magos, em Nova Almeida. Participarão do diálogo, além do gestor municipal, representantes do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do governo do Estado e da Associação de Pescadores de Nova Almeida. O assoreamento tem impedido os pescadores de trabalhar e mudou o curso do rio, fazendo com que no bairro de Praia Grande já esteja destruindo ruas, prestes a atingir imóveis.

Divulgação

Praia Grande fica na cidade de Fundão, no entanto, em resposta a Século Diário, a gestão de Gilmar de Souza Borges (PSB), o Gil, informou que o município ainda não havia sido convidado “para a reunião citada”. “Em relação ao que cabe ao município na questão do assoreamento, a administração está em contato com o SPU [Secretaria de Patrimônio da União] para obter a liberação para realizar intervenções no local”, diz a nota encaminhada.

O texto prossegue dizendo que “de início foi liberado a colocação de pedras que contribuem, de forma emergencial, para amenizar os danos causados pelo mar e garantir que os moradores do entorno fiquem em segurança. A previsão é que essa ação seja realizada nesta quarta-feira (21)”. O presidente da Associação de Pescadores de Nova Almeida, Fabrício Pimentel, afirma que as areias das praias de Nova Almeida e Praia Grande foram para a foz do rio, o que impossibilita os pescadores de sair e entrar na foz do rio para a pescaria com os barcos.

Trabalhadores de cerca de 10 embarcações encontraram como alternativa pescar em Jacaraípe, bairro situado também na Serra, Guarapari e Vitória, na Região Metropolitana; e em Santa Cruz, em Aracruz, norte do Estado. Outras 40 embarcações permanecem paradas, pois os pescadores não têm condições de trabalhar em outros lugares, fazendo com que muitos passem dificuldades financeiras. Com isso, a arrecadação da Associação diminuiu, podendo, no futuro, inviabilizar seu funcionamento. Outro problema é a redução de oferta de mariscos para moradores da região.
Em Praia Grande, com a mudança do curso do rio, algumas ruas estão destruídas e imóveis podem ser atingidos, o que tem motivado as pessoas a se retirar do local. “Se o mar der uma ressaca, vai invadir as casas”, diz Fabrício. O presidente da Associação afirma que a região convive com o problema há tempos, mas foi intensificado a partir de janeiro último. Ele aponta que trata-se das consequências de uma obra feita há muitos, na gestão do então prefeito João Batista Mota, que aterrou metade do rio para fazer uma ponte, causando, desde então, o assoreamento.
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Em 26 de maio a gestão de Sérgio Vidigal publicou no Diário Oficial um aviso de licitação por meio do qual abriu Concorrência Pública, objetivando a “contratação de serviços técnicos especializados para elaboração dos anteprojetos de engenharia para construção de um píer de atracação para barcos de pesca, um enrocamento aderente para estadia das embarcações, obras de fixação, regularização e aprofundamento da foz do rio Reis Magos e obras de interrupção do processo erosivo e restauração de um trecho erodido da praia de Nova Almeida, no município da Serra/ES”. Conforme consta no Diário Oficial, o início da Sessão Pública e recebimento dos envelopes será às 14h da próxima quarta-feira (28).

Para amenizar o problema, a gestão municipal chegou a enviar duas máquinas para fazer um canal que possibilitasse a passagem das embarcações, mas, conforme relata Francisco, a pressão da água do mar era mais forte e a areia adentrou mais ainda o rio. O presidente da associação afirma que os pescadores chegaram a alertar a Prefeitura sobre essa possibilidade. 

O assunto foi abordado pelo vereador Alex Bulhões (PMN) na sessão dessa segunda-feira (19), na Câmara Municipal. Alex iniciou sua fala solicitando que o prefeito “não enganasse os pescadores”. De acordo com ele, foram enviadas “duas máquinas de limpar valão para ver se desassoreava, sabendo que isso não ia acontecer”. “Respeitem o conhecimento empírico dos pescadores. Desde que começaram a fazer isso lá os pescadores haviam dito que isso não resolve o problema”, disse.

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