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Cassação do mandato de Armandinho em Vitória racha bloco da direita

Corregedor-geral da Câmara, Leonardo Monjardim, rebateu ataques e chamou ex-vereador Gilvan da Federal de “desqualificado”

Discurso do vereador Leonardo Monjardim (Patri) nesta segunda-feira (26), na Câmara de Vitória, confirmou o racha no bloco da direita bolsonarista, que já se configurava desde a última quarta-feira (21), quando foi aberto o processo de cassação do mandato do vereador Armandinho Fontoura (Podemos). Além dos vereadores Davi Esmael (PSD) e André Brandino (PSC), a divisão envolve agora o ex-vereador Gilvan da Federal (PL), hoje na Câmara dos Deputados.

Por ser favorável à abertura do processo, seguindo o rito e a legislação vigentes, Monjardim, que é corregedor-geral da Câmara, foi alvo de críticas nas redes sociais por parte da ala conservadora, situação já registrada durante a admissibilidade do processo, com intervenções contrárias de Davi Esmael e Brandino, que se abstiveram em votar contra Armandinho e pediram para deixar a Corregedoria-Geral.

Nesse final de semana, Gilvan da Federal reforçou os ataques, por meio críticas a uma fala de Monjardim visando explicar porque votara pela admissibilidade do processo de cassação de Armandinho, juntamente com Luiz Emanuel (Republicanos) e Karla Coser (PT).

“Meu vídeo foi editado. Pegaram 10 segundos do vídeo e quiseram me colocar contra os grupos de direita; quero dizer que eu tenho gratidão pelos grupos de direita”, disse Monjardim, destacando sessões que promoveu para homenagear os “patriotas”.

“Infelizmente, um político da direita, que tem algo pessoal contra mim, tentou esvaziar esse movimento, mas não conseguiu. E ficou frustrado. Essa é a grande verdade, ele passou dois anos nessa Casa e não teve a humildade e a gratidão de reconhecer que ele foi feito por esses grupos de direita, que são os patriotas. E ficou incomodado porque eu fiz”.

Apontou ainda Monjardim que as falas de Gilvan da Federal são pessoais. “Mas eu peço que olhem o discurso na íntegra e se tem alguma suspeita se o meu posicionamento é de direta ou de esquerda, acompanhem o meu mandato. Os meus projetos de lei, a minha posição dentro do plenário”.

E enfatizou: “O incômodo se dá após a minha prestação de contas dos 100 dias. E aí eu faço um desafio, que a gente faça: o que o vereador da direita fez nos dois anos na cidade de Vitória? O que esse vereador entregou à cidade; o que esse vereador debateu, a não ser bravata? É um vereador do Instagram, do Facebook, de colocar a bandeira no ombro para dizer que é patriota. Ser patriota é isso? Ser de direita é isso, ser estúpido, mal-educado?”

Para Leonardo Monjardim, Gilvan da Federal deve ser preocupar com Brasília, “mas parece que seu desempenho aí é tão pífio, que ele quer voltar para a Casa onde passou dois anos sem fazer absolutamente nada de concreto. Só consegue ir pra os jornais quando briga com alguém, porque não é um político propositivo, não tem capacidade intelectual de debater absolutamente nada”.

Depois de chamar Gilvan de “despreparado e desqualificado” e desafiá-lo para um debate sobre políticas públicas municipal, estadual e federal, Monjardim afirmou: “Chega de bravatas para enganar a direita”.

E ressaltou: “O seu preço é muito caro como deputado federal, para você ser apenas um militante dentro do Congresso. A sociedade do Espírito Santo exige mais do senhor, que tem que discutir a economia do país, a reforma tributária, as leis penais…mas nada faz, como quando vereador em Vitória, que só fez discutir o decote de uma vereadora e o cabelo da outra”. 

Processo

A Corregedoria-Geral da Câmara de Vitória aprovou na última semana a abertura do processo de cassação do mandato do vereador Armandinho. Ele está afastado das funções e preso desde 15 de dezembro de 2022, por envolvimento em milícias digitais para atacar as instituições, especialmente membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os vereadores Davi Esmael e André Brandino criticaram o andamento das ações e pediram para sair da Corregedoria-Geral da Câmara, levando o corregedor-geral a afirmar que o ato é “uma tentativa de desqualificar o trabalho da Corregedoria, com medo de admitir um processo de um candidato de direita; estão jogando para a plateia da direita”.

A relatora do processo é a vereadora Karla Coser (PT), escolhida por sorteio. Ela terá 30 dias para apresentar o relatório, que será julgado pelo plenário da Câmara. Ela defendeu a “manutenção da admissibilidade da representação em face do vereador Armando Fontoura Borges Filho, uma vez que há indícios suficientes da prática de ato atentatório ao decoro parlamentar, entendendo que deve ser aplicada a pena de perda do mandato”.

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