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Rádio Capixaba – o motivo

Eu Sou uma Longa História: Jairo sempre tentava uma entrevista com o escorregadio Roberto Carlos

EU SOU UMA LONGA HISTÓRIA – 50 ANOS DE RÁDIO (REEDIÇÃO)

CAPÍTULO VI
RÁDIO CAPIXABA – O MOTIVO

Jairo Maia adquiriu a Rádio Capixaba “equivocadamente”, segundo ele próprio. Ele pensou que faturando X mensalmente, fazendo três horas de programa por dia, poderia faturar XX tendo uma rádio só dele.

E o tempo veio provar que ele estava errado. Ele tinha sua rádio e continuava com seu horário de três horas. Faturava no seu horário mais que o restante da programação. Quer dizer, a programação da Capixaba não tinha retorno financeiro, a não ser o horário dele. Assim foi também em todas as rádios que passou, inclusive na Gazeta.

Jairo era um bom radialista e bom dono de rádio. Na sua gestão, fomos a dois Congressos de Rádio da Abert e tivemos um curso com o mentor de Hélio Ribeiro, de São Paulo.

A rádio tinha seus craques. Guilherme Amorim, Izaias Marques, Esmael Bezerra, Venceslau Gomes, Pedro Vidigal, Tião Silva, Sebastião Zata, José Carlos Siqueira, Luis Carlos Vanzeler, Jose Henrique Pinto, Ângelo Ribeiro. Eu gostava de lidar com esses profissionais. Eram muito bons.

Foi na Capixaba que eu fazia um programa de versões (com base em Hélio Ribeiro), diariamente, entre 18 e 19h. Foi nessa época que as versões apareceram. Este programa marcou uma geração.

Roberto Carlos

Toda vez que RC vinha fazer show no Estado, enaltecia Jairo Maia no palco. Jairo sempre tentava fazer uma entrevista com o escorregadio Roberto. Em duas entrevistas, fui junto. Uma em Cachoeiro e outra em Vitória, no Hotel Cannes.

Nessa, Esmael Bezerra foi como operador do imenso gravador que havíamos levado, pois Jairo queria que Roberto gravasse umas vinhetas para a rádio e tinha de ser com qualidade de som.

Os quatro trancados na suíte do hotel. A gravação demorou por dois motivos, culpa do enigmático Roberto. Uma porque sua moeda de estimação caiu e fomos achá-la debaixo da cama. Não gravaria se não a achasse. A outra porque ele, Roberto, grava e ouve mais de três vezes a mesma coisa. Já devia ser o tal do TOC.

Ainda a Rádio Capixaba

Rita Lee – Uma vez Rita Lee veio a Vitória e foi até a rádio ser entrevistada. Ela viu as ruínas da Cúria Diocesana, que tem ali e quis ir ver de perto. A levei até essas ruínas (fundos da rádio) e ela ficou maravilhada.

Hélio Ribeiro – em um Congresso da Abert em Brasília, encontramos com o mito Hélio Ribeiro. Conversamos muito e temos uma foto que aparece ele, eu, Jairo, meu tio José Américo e Idalecio Carone – esses dois estavam pela Rádio Cachoeiro ZYL-9.

Lembro que sentávamos na portaria da rádio (era uma espécie de convento), de frente à rua, onde se via o cruzamento da Gama Rosa com as ruas Dom Fernando e Caramuru, Cidade Alta, e ficávamos ouvindo o programa de Hélio Ribeiro na Rádio Bandeirantes, através de um potente aparelho “transglobe”, ao lado de Guilherme Amorim.

Ângelo Ribeiro – Ângelo aparecia para transmitir alguns jogos de futebol através da Capixaba. Anjão (como o chamamos) sempre foi inquieto. Todos sabiam que era maquinista da Vale do Rio Doce.

Essa história muitos conhece: uma vez, escalado para uma viagem de trem e com um jogo para transmitir que ele mesmo havia vendido o patrocínio, Ângelo fez acontecer o inusitado. A linha passava ao lado do campo onde teria o jogo. O que fez? Veio conduzindo o trem e quando chegou no estádio, parou o trem (de minério) e transmitiu o jogo de cima da locomotiva. Os equipamentos já estavam no campo. Foi tudo bem, tudo certo!

Foi ele que “lançou” gente como o de Jairzinho (Jair de Oliveira), que depois veio a ser um baluarte na crônica esportiva capixaba. Também de Adílson Caldas, um bom repórter esportivo de campo.

Aylor Barbosa – Baseado na Rádio Globo e seu famoso carro de externa no Rio (na época), Jairo quis colocar um carro nas ruas. Nenhuma emissora praticava esse serviço aqui em Vitória.

Para tal, entrou em contato no Rio com o radialista Aylor Barbosa, que fazia esse trabalho na Tupi. Aylor aceitou vir para Vitória, se hospedando no Hotel Minister, no Parque Moscoso.

Um dia, Pedro Vidigal instalava um rádio transmissor numa Kombi velha da própria rádio. Até Jairo Maia comprar um fusca, velha Kombi era o carro de externa da Capixaba. Eu vendo o símbolo da antiga rádio ostentado na porta da Kombi, atinei logo para o nome desse trabalho. Nas portas tinha desenhado uma águia de asas abertas.

Baseado nessa águia, que do alto de cima tudo vê, seja a distância que for, batizamos Aylor como o Águia da Colina. E pegou. Mais uma vez, Hélio Ribeiro me inspirava.

Rui Monte – o repórter vivo, muito vivo

Ele tinha acabado de chegar do Rio, e a dupla Jairo Maia e Jefferson Dalla deu uma oportunidade como repórter esportivo. Dei logo um horário para ele com o nome de Fatos Esportivos, programa na parte noturna da Capixaba.

Sempre chorão, um dia Rui Monte aparece na sala dizendo que precisava de roupas novas. Eu, sabedor que João Havelange, recém-empossado presidente da Fifa estaria em Vitória, disse ao Rui Monte que se ele trouxesse uma entrevista com João Havelange, daria as roupas.

Rui foi para o aeroporto, mesmo debaixo de chuva esperando o jatinho do homem. Ninguém da imprensa, só ele. Assim que a aeronave parou, Rui correu e entrou no avião, mas foi barrado, lógico, mas por sorte, João Havelange estava sentado logo na frente e viu tudo, sendo que ordenou ao pessoal que deixasse Rui entrar. Rui fez a entrevista com exclusividade.

No dia seguinte, aparece ele na rádio com o gravador e a entrevista. Colocamos no ar e eu o apelidei do Repórter vivo, muito vivo, sendo que carregou esse slogan por muito tempo. Bom o Rui Monte!

Dom João Batista da Mota e Albuquerque

Já de posse de Jairo Maia, a rádio continuava nas dependências da Cúria na Cidade Alta. Dom João, já quase aposentado, fazia ainda a Ave Maria na Rádio. Sempre simpático brincando com a gente. Uma vez ele descobriu que eu fazia aniversario naquele dia e disse que poderia emprestar sua capela particular para eu agradecer a vida. Fui e todo ano fazia a mesma coisa, até ele morrer. Mais uma vez. fui um privilegiado.

Simplificação: Este é o mote. Faça simples. (Peter Drucker)

PARABÓLICAS

O Grupo Buaiz Comunicações continua com a Jovem Pan News, que era a antiga Jovem Pan AM.

A Legal FM, do Grupo Tribuna, continua na luta de se solidificar na audiência da Capital.

A Rádio Diocesana FM de Cachoeiro, católica, segue os mesmos parâmetros de programação de seus pares no Brasil.

A FM Ativa de Jaguaré faz boa programação, estilo jovem, para toda região do entorno. Tem boa audiência.

ACESSE: TRADUÇÃO JRM YOUTUBE
Glen Hansard – Luky Man (tema de novela) – YouTube

MENSAGEM FINAL
“Use os talentos que você possui. Os bosques seriam muito silenciosos se os pássaros não cantassem lá, exceto os melhores”. Henry Van Dyke

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