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Estudantes da escola Fernando Duarte Rabelo protestam em frente à Sedu

Motivações para o protesto foram a exoneração do diretor e problemas na infraestrutura da unidade de ensino

Estudantes do Centro Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral (CEEMTI) Professor Fernando Duarte Rabelo, no bairro Santa Helena, em Vitória, fizeram uma manifestação na frente da Secretaria Estadual de Educação (Sedu) na manhã desta segunda-feira (3). As motivações para o protesto foram a exoneração do diretor Edimar Barcelos e uma reforma feita na unidade de ensino, que causa barulho e impossibilita a utilização de espaços para atividades consideradas essenciais para o aprendizado.

Durante a manifestação, os alunos portavam cartazes com frases como “É brincadeira, hein Sedu, tirando o que é nosso de novo” e “Cuidado, Secretaria da Educação que não promove a educação”.

Conforme consta em um abaixo-assinado que já havia sido feito pelos alunos, o argumento da Sedu para a exoneração foi que o diretor não tinha uma boa relação com a comunidade escolar. Isso é contestado pelos estudantes, que em uma nota de esclarecimento afirmam que Edimar “lutava e priorizava o ambiente educacional acima de tudo, auxiliando diversos alunos e nos fornecendo diversas oportunidades em projetos de esfera educacional”. 

Divulgação

Na nota, também é denunciado que a Sedu tem tirado áreas comuns da escola, como a biblioteca, que está funcionando “em um cômodo menor que uma sala comum, além de ser abafado, causando deterioração de livros”. Também é apontada no documento a retirada do auditório, “onde não podemos ter palestras que auxiliam na formação dos cursos dos cursos técnicos ou aulões para os terceiros anos”. Outro problema apontado foi a falta de diálogo por parte da Sedu. Os alunos relatam que tentaram conversar com a pasta, mas sem sucesso, o que, apontam, é uma atitude “antidemocrática”.

Os alunos afirmam na nota que essa realidade se opõe aos princípios de uma escola integral, “que não é apenas uma escola com maior duração de aulas, mas sim um ensino focado em formar cidadãos autônomos e protagonistas e capazes de definir o próprio futuro, onde deveriam ser pregadas diversas atividades focadas em desenvolver o estudante como um indivíduo da sociedade”. Antes da manifestação, os alunos já haviam feito um abaixo-assinado no qual são narrados outros fatos que os desapontam em relação às ações da Sedu diante das necessidades da escola, como a utilização de salas alternadas para aulas de música e dança, além de falta de cobertura na quadra.

Caso semelhante

O caso se assemelha ao noticiado em agosto passado, do diretor Kaique Moreira Leo Lopes, então diretor da Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Dom José Dalvit, em Montanha, extremo norte do Estado, que foi exonerado, afirma, por represália do secretário Vitor de Angelo, após ser questionado por Kaique, em uma reunião de diretores, a respeito de excesso de carga horária dos professores.

Em nota, a Sedu informou, na ocasião, que “a seleção, nomeação, análise de desempenho e eventual dispensa da função de diretor escolar seguem critérios e procedimentos técnicos e profissionais, não apresentando qualquer correlação pessoal nesses processos”.

Homofobia

Outro caso semelhante foi noticiado em maio de 2022, quando o professor de História Joatan Nunes Machado Junior protocolou denúncia na Corregedoria da Sedu contra o diretor da escola onde trabalhava, acusando-o de perseguição e LGBTQIAP+fobia. Na ocasião, o diretor Paulo Eduardo Frinhani, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Oscar de Almeida Gama, em Araraí, zona rural de Alegre, na região do Caparaó, não aceitava o fato de Joatan se vestir de saia para dar aulas. A pressão contra Joatan atingiu outros professores da escola que o apoiavam, devido à qualidade do seu trabalho e bom relacionamento com os estudantes. Em desabafo em suas redes sociais, ele afirmou: “Eu não vou deixar de existir” e seguiu tentando acompanhar o processo dentro da Corregedoria.

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