Em defesa do piso e contra o “autoritarismo da gestão municipal”, trabalhadores pararam em 24 das 29 unidades de saúde
A Enfermagem aderiu à greve da categoria em 24 das 29 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Vitória, conforme informa o Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros-ES). A motivação vai para além da indignação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não aplicar na íntegra a Lei 14.434/2022, que estabelece o piso salarial dos trabalhadores. A categoria reclama do “autoritarismo” da gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
A greve teve início nessa segunda-feira (3) e sua deflagração foi deliberada em assembleia realizada em 27 de junho, quando o julgamento no STF ainda estava em andamento, mas já dava sinais de que o resultado não seria favorável para a categoria. Ao divulgar a decisão, o Sindienfermeiros garantiu que seriam respeitados “os direitos e garantias fundamentais da coletividade e a manutenção dos serviços de urgência/emergência, assim como os serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
A presidente do sindicato, Valeska Fernandes, afirma que, no caso específico de Vitória, a categoria tem muitas críticas ao tratamento da prefeitura aos trabalhadores. Ela relata que é comum mudanças de escala em cima da hora e que houve aumento no horário de atendimento das UBS, mas sem diálogo, apesar de impactar nas jornadas de trabalho. Outra mudança que segundo o sindicato não foi dialogada com a Enfermagem, foi a não aceitação de apresentação de declaração quando o servidor vai ao médico e tem que se ausentar temporariamente. A gestão impôs a entrega de atestado, o que faz com que os trabalhadores não possam usufruir de direitos como prêmio incentivo.
As normas valerão somente após 60 dias da publicação da ata de julgamento, que foi nessa segunda-feira (3). Na lei ficou estabelecido R$ 4,7 mil para enfermeiros; R$ 3,3 mil para técnicos de enfermagem, e R$ 2,3 mil para auxiliares e parteiras.