Para além da prestação e do pedestal erguido para Pazolini na Câmara, o que poderá render da convocação contra Vinícius Simões?
A pedra cantada aqui na coluna se confirmou na Câmara de Vitória nessa quarta-feira (12). Os dois aliados do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) que vinham marcando posições incisivas nas últimas semanas, voltaram ao modo “paz e amor” e afagos a perder de vista. Leandro Piquet (Republicanos), presidente do legislativo, e Anderson Goggi (PP), como se diz por aí, “não seguraram o BO” com Pazolini. Também como previsto, as críticas se limitaram aos vereadores de oposição, André Moreira (Psol), Karla Coser (PT) e Vinícius Simões (Cidadania). Fizeram perguntas contundentes e importantes, mas o prefeito não respondeu, estava sedento pelo embate pessoal, que respinga também nas eleições de 2024. Com todos os outros vereadores só levantando a bola para o prefeito cortar e um plateia de comissionados e apoiadores barulhenta, Pazolini estava se achando, literalmente, o suprassumo da gestão. Fez o que bem entendeu e debochou à vontade, sem ser incomodado. Um show à parte…de mau gosto! Para além das questões que envolvem a prestação em si, porém, a pergunta que ecoa agora é: o que irá render do pedido, em tom de convocação, feito por Pazolini logo nas suas primeiras investidas, ao aliado e o corregedor-geral, Leonardo Monjardim (Patri)? O prefeito reivindicou investigação e a perda de mandato de Simões, por uma condenação de ação de danos morais que ele mesmo moveu contra o vereador. Não será surpresa, se logo aparecer uma representação para impor desgaste ao adversário. De olho!
No embalo II
Duas chamadas de Pazolini: “O Regimento diz que o vereador que ofender a honra de alguém, perde o mandato”; “Essa Câmara certamente vai ser manifestar com responsabilidade”.
Farpas
O prefeito não detalhou a ação, mas o caso se tornou público na imprensa e tem relação com a eleição de 2020. Pazolini acusou Simões de publicar informações falsas na internet para prejudicar sua candidatura. A Justiça acatou e determinou indenização de R$ 4 mil. Agora, como informou em plenáro, transitou em julgado. Um dos adversários do prefeito, na época, era o deputado estadual e correligionário de Simões, Fabrício Gandini, também processado por outros fatos.
Bate-rebate
Vinícius Simões reagiu no mesmo tom ainda nessa quarta, diante de Pazolini, e depois nas redes sociais: “O prefeito veio a esta Casa pedir a cassação de um vereador! Quero lembrar que quem tem que prestar contas é o senhor! Não são os vereadores que têm que prestar contas agora. Enquanto o senhor gasta o seu tempo me atacando, vou gastar meu tempo defendendo a cidade”.
Recorde?
Caso a estratégia se oficialize, seria o terceiro vereador submetido à Corregedoria somente na atual legislatura. Chico Hosken (Podemos) já se livrou do seu processo, por votação unânime, e o de Armaninho Fontoura (Podemos), preso desde dezembro de 2022, ainda tramita. Os dois tinham conexões.
Recorde II?
No caso de Hosken, a representação foi apresentada pelo segundo suplente, Neno Bahia, alegando quebra de decoro e articulação contra Armandinho para assumir a cadeira. Isso teria sido feito por um assessor de Hosken, acusado de induzir o autor da representação contra Armandinho, o empresário Sandro da Rocha, desta feita, devido a declarações que atentam contra a democracia e as instituições. Enfim, uma confusão danada!
Lembrando…
A Corregedoria passou a contar, recentemente, com três oposicionistas e dois vereadores da base em sua composição. Um deles, porém, é Simões, que ficaria de fora do caso. Os outros são: o corregedor Monjardim e Luiz Emanuel (Republicanos), aliados de Pazolini, e Karla Coser (PT) e André Moreira (Psol), do lado oposto.
Vazio
Um dos principais calos no sapato da gestão de Vitória, os servidores foram citados incontáveis vezes pelo prefeito durante a prestação de contas, em um contexto de maravilhas, muito distante do que tem sido registrado até agora, em denúncias e mobilizações. Até para aumento de salário Pazolini apelou! Mas na prática, anunciou um grande nada: “Vai ter aumento este ano”. Ponto.
Perdas acumuladas
No início de julho do ano passado, o prefeito divulgou reajuste de 12,36% – 6% no mesmo mês e 6% somente em janeiro de 2023 – para todos servidores do quadro geral e 26% para professores graduados e de 20,7% para os com especialização, mestrado ou doutorado. Na ocasião, os servidores cobraram, no entanto, correção das perdas, calculada em 11%, somente em 2021. Veremos o que vem por aí…
Nas redes
“O nível político da cidade de Vitória foi rebaixado com a atual gestão. É inacreditável o comportamento do prefeito na sessão de prestação de contas na Câmara Municipal”. Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol e ex-vereadora.
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Passos para trás
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1,2,3…testando!
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