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Associação Universo Orgânico inaugura feira agroecológica em Nova Venécia

Iniciativa, há muito desejada, é resultado de construção coletiva, que envolve instituições e poder público 

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O município de Nova Venécia continua na vanguarda da comercialização agroecológica no noroeste do Espírito Santo. Depois da certificadora participativa de orgânicos e da loja especializada nesses alimentos saudáveis, agora conta também com uma feira semanal, na sede da cidade, que acontece toda quarta-feira, de 16h às 20h, no estacionamento do Horto Mercado, em frente à loja da Universo Orgânico.

Conduzindo todas essas iniciativas está a Associação Veneciana de Agroecologia Universo Orgânico, que também funciona como Organismo de Controle Social (OCS). Com apoio de parceiros de longa data, a entidade tem colocado em prática a certeza de que a produção orgânica de alimentos é uma demanda social viável economicamente, com um mercado em expansão ávido por mais espaços de conexão.

“Prefeitura, Sindicato [de Trabalhadores Rurais de Nova Venécia], Ifes [Instituto Federal do Estado], Banco do Nordeste e Incaper [Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural]”, elenca Primo Dalmasio, vice-coordenador da Universo Orgânico, fazendo questão de qualificar a construção coletiva.

“A feira é um desejo que a gente tinha há muito tempo, dentro do eixo de organização coletiva, que é parte dos valores culturais da associação, fazendo valer o princípio da cooperação. É o desejo de nos encontrarmos, os produtores, os consumidores e os parceiros da obra”, poetiza.

No momento, cinco famílias possuem barracas na feira, proporcionando uma boa diversidade de frutas, verduras, legumes, produtos da agroindústria e de origem animal. O cardápio também é oferecido na loja e nos programas institucionais dos quais a Universo Orgânico participa, como o de Alimentação Escolar e o de Aquisição de Alimentos  – Pnae e PAA, respectivamente.

O preço dos produtos “está mais em conta que o convencional”, ressalta, tocando em uma constatação já feita na Grande Vitória também. A batata-doce, por exemplo, “o menino aqui vende a cinco reais; no mercado está no mínimo sete, oito reais”, compara. Nos supermercados, acentua, “os preços também variam muito”, enquanto que na feira agroecológica, “o nosso preço se mantém”.

O espaço está aberto a novas adesões. “O intuito é trazer outros produtores desse nível de produção, agroecológica e com organização coletiva”, sublinha.

Na região, municípios como Montanha, Boa Esperança e São Mateus são grandes candidatos a se somarem, pois também se destacam nesses quesitos valorizados pela Universo Orgânico. O mais importante, afirma, “é a diversificação dos produtores e o fortalecimento dos grupos – um ancorando o outro, no social, econômico e cultural”.

Visão holística 

Primo Dalmasio também já visualiza a realização de trocas não monetárias e afetivas entre os feirantes. “Fazer em alguns momentos as barganhas!”, convida. “É muito bom, um resgate muito bacana. Às vezes eu levo o leite e o vizinho leva a batata. Essa troca fortalece o projeto de qualidade de vida. Queira ou não, nós precisamos dessas energias. Na barganha todo mundo ganha. É a partilha”, define.

A compreensão das energias que envolvem os lugares e as ações vem de sua experiência com as terapias holísticas, como homeopatia, radiestesia e cromoterapia, que ele e outros agricultores praticam em suas lavouras e, alguns também no atendimento a pessoas que querem tratamentos diferenciados de saúde.

“Isso é uma ferramenta também para a produção da agroecologia. Chama-se terapia holística, trabalha o todo, pega vários eixos da espiritualidade, do cooperar, do solidarizar. É um projeto de vida sensacional”.

Feiras especializadas

Levantamento feito pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) em maio, identificou 26 feiras especializadas em produtos orgânicos e agroecológicos no Espírito Santo, sendo 17 em Vitória; três em Vila Velha, três na Serra, dois em Cariacica e um em Colatina. Com Nova Venécia, somam 27 inciativas.

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