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Projeto de lei que cria o Mepet deve ser enviado à Assembleia em agosto

Anúncio foi feito pela secretária Nara Borgo, após duas décadas de reivindicação. PL prevê remuneração para peritos

Após duas décadas de reivindicação por parte de entidades da sociedade civil, o projeto de lei para implementação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Erradicação à Tortura no Espírito Santo (Mepet-ES) será enviado à Assembleia Legislativa. A informação foi dada pela secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo, em encontro com membros do Comitê Estadual para Prevenção e Erradicação da Tortura no Estado (Cepet). A previsão é que a matéria seja protocolada em agosto, quando finda o recesso na Casa de Leis.

Um dos integrantes do Cepet, o militante dos direitos humanos Gilmar Ferreira acredita que o anúncio se deu pela pressão da sociedade civil, mas também do Judiciário. Ele recorda que a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), por meio das Coordenações de Direitos Humanos, da Infância e Juventude e Criminal, ingressou com uma ação civil pública (ACP), com pedido de liminar, que está em trâmite, para que a gestão de Renato Casagrande (PSB) instale o Mepet, com peritos remunerados.

Além disso, destaca que o Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2022, julgou inconstitucional trechos do Decreto 9.831/19, da gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que causou o desaparelhamento do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). A decisão na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 607, da Procuradoria-Geral da República, determinou o restabelecimento da destinação dos cargos aos peritos, com a respectiva remuneração, pois o decreto estabelecia que os peritos não seriam pagos.
O projeto que irá para a Assembleia, garante Gilmar, prevê a remuneração para esses profissionais. O Mepet é uma das determinações legais do Comitê Estadual para Prevenção e Erradicação da Tortura no Espírito Santo, conforme estabelece a Lei Nº 10.006, que o institui. Gilmar recorda que a luta pelas implementações do Cepet e do Mepet tiveram início em 2000, diante de denúncias de supostas torturas no sistema prisional capixaba, chamando, inclusive, atenção da Organização das Nações Unidas (ONU) e fomentando a discussão no restante do Brasil.
A criação do Comitê e do Mecanismo em âmbito nacional, no entanto, foi feita somente em 2013, no primeiro mandato da então presidente Dilma Rousseff (PT), por meio da Lei 12.847. O Cepet, explica Gilmar, tem como função sugerir políticas de enfrentamento à tortura em espaços de segregação, como unidades prisionais, unidades socioeducativas, hospitais psiquiátricos e asilos, além de fazer a escolha, por meio de um processo seletivo, dos peritos que irão atuar no Mepet e que são responsáveis pelas inspeções. No entanto, até o momento, o Mepet não foi devidamente implantado devido à falta de cargos remunerados para os peritos.

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