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Mulheres negras entregam manifesto com reivindicações ao Governo do Estado

Documento, direcionado também a Lorenzo Pazolini e à sociedade, reforçou pedido de exoneração do secretário de Segurança

Saindo do Palácio Anchieta rumo à Praça Costa Pereira, a I Marcha Estadual da Mulher Negra Capixaba tomou as ruas do Centro de Vitória na tarde desta sexta-feira (28). Antes da caminhada, uma comissão tentou entregar o manifesto da mobilização, com as reivindicações, para o governador Renato Casagrande (PSB). Contudo, o grupo foi recebido pela chefe de gabinete. “O mesmo descaso de sempre do Casagrande”, apontou a coordenadora estadual do Círculo Palmarino, Ana Paula Rocha. 

Leonardo Sá

De acordo com ela, o argumento do governador foi de que já tinha uma agenda prévia. A comissão era composta por representantes do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), da Associação de Mulheres Unidas de Cariacica Buscando Libertação (Amucabuli), União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Fordan – Cultura no enfrentamento às violências, programa de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), dos mandatos da deputada estadual Iriny Lopes (PT) e do deputado federal Helder Salomão (PT), e da vereadora de Vitória Karla Coser (PT). A deputada estadual Camila Valadão (Psol) e o vereador de Vitória André Moreira também compuseram a comissão. A marcha foi organizada pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras Capixaba (Femnc).

Leonardo Sá

A Marcha apresentou para o Governo do Estado, para a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) e “para toda a sociedade capixaba”, reivindicações como reconhecimento e titulação das comunidades quilombolas no norte do Estado; fim da intolerância religiosa; aplicação dos recursos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc em projetos que priorizem as culturas afro-indígenas; presença do Estado, com políticas públicas nas comunidades periféricas, com uma polícia de dimensão comunitária e não como braço armado que tem assassinado os jovens, filhos das mães pretas, pobres e periféricas; educação antirracista; o fim do machismo, do racismo, da lesbofobia, da transfobia, da intolerância religiosa, da xenofobia, e do preconceito e discriminação de qualquer natureza; fim da exploração sexual das crianças e adolescentes; aborto legal, seguro e pelo fim da violência obstétrica; e valorização da trabalhadora doméstica.

No que diz respeito à política de segurança pública, uma das reivindicações é pela saída do coronel Alexandre Ramalho da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). “Queremos que nossas casas parem de ser violadas pelas botas da polícia fascista de Casagrande”, enfatizou Ana Paula, referindo-se às ações policiais violentas nas periferias, muitas vezes exaltadas pelo secretário em suas redes sociais. Também foi denunciado que “o prefeito de Vitória é inimigo da cultura negra e periférica”.

Leonardo Sá

“Existe perseguição às escolas de samba, aos blocos de rua, ao Subúrbio, ao Bar da Zilda, a todo o complexo de bares da rua Sete, uma perseguição ostensiva da polícia na perspectiva de esvaziar o Centro. As linguagens urbanas, o grafite, não são respeitadas, burla editais para garantir que pessoas brancas ganhem dinheiro em cima da cultura negra”, protesta Ana Paula. No final da Marcha foi lido o manifesto, que além das reivindicações, conta com cerca de 80 assinaturas, entre entidades e pessoas físicas.


‘Ramalho tem sido algoz da vida do povo negro no Espírito Santo’

Saída do secretário de Segurança é uma das reivindicações que as mulheres negras levarão às ruas de Vitória na sexta-feira


https://www.seculodiario.com.br/direitos/ramalho-tem-sido-algoz-da-vida-do-povo-negro-no-espirito-santo

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