O deputado Gilsinho Lopes (PR) foi à tribuna da Assembleia na sessão desta quarta-feira (19) para novamente falar sobre o arquivamento da CPI do Pó Preto. Depois que cinco parlamentares retiraram a assinatura do documento, o requerimento para a criação da comissão foi arquivado, após leitura no Expediente da Casa nessa terça (18).
Gilsinho lamentou a oportunidade que a Assembleia perdeu ao se furtar de fazer as apurações sobre a poluição do Pó Preto na Grande Vitória. Fazendo referência aos protestos populares dos últimos dias, o deputado lembrou que no momento em que a população sai às ruas para cobrar mais comprometimento da classe política, a Assembleia deu um exemplo da falta desse compromisso com os interesses da sociedade.
Para o deputado, o discurso que vem sendo adotado por alguns colegas sobre a necessidade de estudos, não convence, já que há anos os estudos vêm sendo feitos com uma visão econômica no sentido de ampliar a atuação das empresas no Estado e não com o objetivo de regular sua atividade para evitar os prejuízos à saúde do capixaba.
O deputado deixou transparecer ainda que vem sendo cobrado nos bastidores da Casa, pelo fato de a bancada do PT não ter assinado o requerimento. Isso porque, se os cinco parlamentares que compõem a bancada tivessem apoiado a criação da CPI haveria o número necessário para o início dos trabalhos.
Nessa segunda (17), representando os deputados petistas, Cláudio Vereza explicou que a bancada entende que, antes da instalação da comissão, seria necessária a realização de audiências públicas para discutir o assunto com todos os órgãos públicos e empresas privadas que têm relação com o problema ambiental. Apesar de o governo não ter enviado representantes na última audiência pública do setor, realizada no início desse ano, Vereza maximizou a importância da participação desses entes.
O pedido de abertura da CPI do Pó Preto foi protocolado no último dia 10, com 12 assinaturas de apoio. No pedido, o deputado menciona que a comissão deveria “investigar a poluição e suas causas e efeitos na Grande Vitória, com ênfase para os prejuízos causados à saúde e ao patrimônio púbico e privado, na forma do 'pó preto' e outras partículas emanadas de indústrias e outras fontes”.
O arquivamento do pedido de abertura da CPI foi lido na sessão dessa terça-feira. Com a retirada de sete assinaturas de apoio contra apenas uma adesão de última hora, a proposta de autoria do deputado Gilsinho Lopes (PR) foi negada por não cumprir a exigência regimental, que prevê o apoio de, pelo menos, dez deputados.