Isso aí. Um esquenta sonoro para mais tarde. Vamo que vamo.
Sobrevoe num vôo o zôo onde você sobrevive
From Hell do Céu – Black Alien
Black Alien e sua lírica bereta. Na mosca, como sempre.
Rápido a violência tenta se justificar / Lento se percebe aonde tudo isso vai chegar
O Processo – BNegão e Os Seletores de Frequência
Mudança exige uma dose grande de paciência e uma maior ainda de labuta. Não vai pensando que é fácil.
Que é bom desconfiar dos “bons” elementos
Sonâmbulo – Céu
Céu dá o alerta neste ragga esperto. Desconfie sempre.
Quem quer manter a ordem? / Quem quer criar desordem?
Desordem – Titãs
Os Titãs dos bons tempos lançam a questão ainda hoje – ou sobretudo hoje – para lá de pertinente: quem quer criar desordem, o governo ou as ruas?
Eles pegam em armas e usam a força para executar suas leis
Já Basta – Mukeka di Rato
Mukeka di Rato e a América Latina em barulheira de inspiração zapatista.
Seu lastro, o meu trabalho
Tupamaru – Dead Fish
Dead Fish e a América Latina em gritaria de inspiração uruguaia. O Tupamaros foi uma guerrilha urbana que combateu a ditadura militar uruguaia (1973-1985). A simpatia do José Mujica, atual presidente do país, também foi um tupamaro.
Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando
Jorge Maravilha – Chico Buarque
Um recado fino e elegante, próprio do Chico.
Roncou, roncou / Roncou de raiva a cuíca / Roncou de fome
O Ronco da Cuíca – João Bosco
A fome desconhece as fronteiras da raiva.
Mas eu sumi na poeira das ruas
Sinal Fechado – Paulinho da Viola
Outro mestre que dá seus recados com galhardia, mesmo em tom tenso e sombrio.
… quase brancos quase pretos de tão pobres
Haiti – Caetano Veloso e Gilberto Gil
Caetano e Gil cravam a eterna e angustiante dubiedade deste país. O Brasil é e não é o Haiti. O Brasil se divide entre brancos e pretos ou ricos e pobres?
Vendo rolar o suor no rosto brasileiro
Chiclete com Banana – Fé Brasileira
Somos chicleteiros. A axé music oitentista tinha uma sensibilidade social aflorada, antes de descambar para o puro baticum na década seguinte. A música integra o disco homônimo de 1988.
E o motivo todo mundo já conhece / É que o de cima sobe e o de baixo desce
As Meninas – Xibom Bombom
Única coisa que um dos grupos-ícone dos anos 90 produziu de bom. Filia-se ao discurso social da axé oitentista. Disse a verdade em linguagem simples e num balanço cativante.
Querem que você lute e se mate pra viver
Muito Querer – Mato Seco
Uma ode contra a resignação.
O interesse dos grandes é imposto de forma sutil
Ditadura da Televisão – Ponto de Equilíbrio
O ativismo das ruas e do feice (& do twitter & do instagram etc…) se conjugaram perfeitamente. E nunca a mídia tradicional tupiniquim ficou tão exposta e frágil.