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Prazo termina e MDB ainda não tem data para convenção estadual

Ex-deputado federal e ex-secretário de Educação Wilson Haese diz que sigla tem sido entregue a não filiados

“Está uma bagunça, situação parecida com aquela de ‘vaca não conhecer bezerro’, como diz o ditado”. Desse jeito, o advogado Wilson Haese se refere ao MDB, partido no qual é militante por décadas, “desde 1987”, e aponta que neste dia 31, quinta-feira, como estava previsto, não haverá a convenção para eleger a Executiva do Estado.

A Comissão Provisória, presidida pela ex-senadora Rose de Freitas, não formalizou qualquer tipo de convocação para a convenção, que, segundo membros do partido, deveria ser realizada nesta quinta. “Mesmo que queira realizar a convenção em setembro, haverá dificuldade, pois há prazos a serem cumpridos, estabelecidos pelos tribunais eleitorais”, aponta.

“Não tem convocação, nem nenhum contato com a gente”, comenta Wilson, que, como advogado, representou na Justiça a ala insatisfeita do MDB no município de Pancas, noroeste do Estado, para contraditar decisão de Rose, que ele responsabiliza pelo “caos e abandono” no Espírito Santo.

Da mesma forma que em Pancas, Brejetuba, Rio Novo do Sul, São Roque de Canaã, Boa Esperança, São Mateus, Conceição as Barra, Colatina e Vitória são alguns dos municípios citados onde o MDB vem sendo entregue aos prefeitos, na maioria sem filiação partidária. “Encaminhamos documentação impugnando as nomeações feitas por ela em 2021 e até hoje não obtivemos resposta”, afirma Wilson Haese.

Ex-secretário de Estado de Educação, depois de cumprir mandatos de deputado estadual, deputado federal, e como prefeito do município de Pancas, Haese é uma das poucas lideranças antigas que permanecem atuantes no partido.

Várias outras impugnações referentes à nomeação de comissões provisórias ou convenções foram simplesmente ignoradas, sem a instauração de qualquer procedimento administrativo e oportunidade do contraditório, enfatiza o advogado, reforçando declarações de outros membros do partido.

Essa situação foi agravada após o impedimento da candidatura ao governo do Estado do então prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PSD), em 2022, na esteira da crise de 2018 em decorrência da crise instalada em 2018 com a saída do partido do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), deixando aliados abandonados. Entre eles, o ex-deputado Lelo Coimbra, apontado como líder do movimento para tirar ex-senadora do comando.

Lelo tem conversado com o vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB), e também com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos (Podemos). Sem mandato, procura nomes para fortalecer a legenda, um das maiores no Espírito Santo e, atualmente, sem qualquer representante na Assembleia, principais câmaras de vereadores e no Congresso Nacional.

Sem convenção, Rose de Freitas cumpre o 10º mandato à frente da comissão provisória estadual e mantém a política de nomear comissões municipais, “entregando o partido aos prefeitos, segundo seus interesses”, critica Wilson Haese. “Ela finge que comanda, mas só ocorrem desmandos”, enfatiza.

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