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Umbandistas se preparam para o 2º Encontro da Malandragem

Mais na coluna: Fenatevi; Exposição Congo no ES; e oficina de encadernação artesanal, luz cênica e dança

Acontece no próximo sábado (9), o 2º Encontro da Malandragem, na Praça Encontro das Águas, em Jacaraípe, na Serra. O evento, organizado por umbandistas, será a partir das 17h e contará com diversas atrações culturais, como apresentação de dança afro com o bailarino Danilo dos Anjos e de música de Gabriel Gogó de Ouro, Lu de Ogum e os tambores do Terreiro de Mãe Nélia, de Jacaraípe.

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O 2º Encontro da Malandragem contará, ainda, com palestra de Jonas Gira Mundo, sobre Exu, oficina de artesanato e barraquinhas de produtos artesanais. O objetivo, segundo Marcelo Silva, do grupo Umbanda no Espírito Santo, um dos apoiadores do evento, é divulgar a Umbanda “de forma a mostrar o que de fato ela é”, pois colocou-se um rótulo na religião como algo “demonizador”, sendo que na tradição afro-ameríndia nem ao menos existe a figura do demônio.

Marcelo explica que o evento, que no Espírito Santo está na segunda edição, já acontece no Rio de Janeiro. Trata-se de uma atividade ligada à linha de Malandro, da Umbanda, que tem como principal nome Zé Pelintra. Nessa linha, afirma, existem outros nomes, como Maria Navalha, Camisa Preta e Seu Malandrinho.

Marcha Para Exu

A ideia, informa Marcelo, é ir além do Encontro da Malandragem. Um dos projetos é realizar, em Vitória, a Marcha Para Exu, assim como aconteceu em agosto último, em São Paulo, onde ocorreu a primeira edição da Marcha. Em um estado conservador como o Espírito Santo, uma iniciativa dessa certamente causará polêmica. Em tempos de Marcha Para Jesus em tudo quanto é canto, porque não ter a Marcha Para Exu? O mundo é plural, a sociedade é diversa, então as ruas devem ser palco de todas manifestações religiosas, não se restringindo a determinados credos. A coluna torce para que a Marcha de fato aconteça.

Liberdade Religiosa

O próprio Encontro da Malandragem é uma forma de mostrar que as religiões de matriz africana também fazem parte da cultura do Espírito Santo. Não é muito comum, a não ser em exceções como o Dia de Iemanjá, manifestações dessas crenças em locais públicos, ficando mais reclusas aos seus templos, até por causa da discriminação sofrida. Levar dança, artesanato, música e fé para a Praça Encontro das Águas, assim como a Marcha Para Exu, é defender o direito à liberdade religiosa. Foi na Praça Encontro das Águas, inclusive, que um monumento a Iemanjá foi depredado em setembro de 2021.

Fenatevi 2023

Ednilson Pivete

Estão abertas até 10 de setembro as inscrições para seleção de espetáculos teatrais para participar da 19ª edição do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória (Fenatevi), que acontecerá de 13 a 21 de outubro. O edital irá selecionar peças teatrais de palco e rua, de diversos gêneros e formatos, inéditos ou não, para os públicos adulto e infantil. As inscrições podem ser feitas no link.

Seleção

Para a Categoria Oficial do Fenatevi 2023, serão selecionados 12 espetáculos do Espírito Santo e três de outros estados, com duração mínima de 60 minutos. Na 6º Mostra Paralela de Teatro Estudantil Vera Viana, serão selecionados dois espetáculos do Estado, na modalidade de teatro de linguagens diversas, com duração mínima de 40 minutos. Por fim, na Mostra Paralela de Teatro Estudantil Vera Viana, os inscritos devem ser grupos formados por estudantes de teatro: do ensino fundamental, médio, técnico ou Educação de Jovens e Adultos (EJA) de escolas de ensino regular municipal ou particular capixabas.

Tradição

O Fenatevi, prestes a completar 20 anos, já virou um evento tradicional no Estado e esperado pelos amantes do teatro. Com programação 100% gratuita, cumpre um importante papel de democratizar o acesso a essa arte, inclusive, indo onde o público está, como nas praças. Também contempla, desde os pequenos teatros, como o Frei Civitella Del Tronto, em Cariacica, aos grandes, a exemplo do Teatro Universitário, na Ufes, e a Casa da Cultura Sonia Cabral, no Centro de Vitória.

Congo no Espírito Santo

Divulgação

Abre neste sábado (2) e prossegue até o dia 19 de setembro, a exposição “Congo no Espírito Santo – uma história ilustrada”, dos artistas Fabricio Biasutti, que é desenhista/ilustrador e Andrea Piccolo, que é ilustradora/colorista. A exposição será na Biblioteca Municipal Argentina Lopes Tristão, no Centro de Domingos Martins. A proposta da atividade cultural é dar destaque à cultura tradicional e folclórica do congo de São Benedito no Espírito Santo, suas origens e manifestações culturais, através de ilustrações narrativas.

Congo no Espírito Santo II

A exposição contará com 24 ilustrações coloridas e mostrará à população os caminhos do congo no Espírito Santo. Conta um pouco da história de São Benedito, o início das manifestações religiosas e culturais ligadas ao congo, elementos e público que compõem os festejos, além da representação de figuras importantes dentro dessa manifestação cultural, que perpetuam os saberes e os modos de fazer cultura.

Oficina

No Espaço Thelema, no Centro de Vitória, acontecerá uma oficina gratuita de Encadernação Artesanal, que será ministrada pelos escritores Juane Vaillant e Henrique Pariz, na próxima terça-feira (5), às 19h. A oficina faz parte da programação de lançamento do fanzine “Manual de Criaturas Fantásticas”, feito por crianças e adolescentes de 12 a 18 anos durante o minicurso “Personagens Fantásticos”. O lançamento do fanzine será também na Thelema, no dia 9 de setembro. A programação começará às 11h, com uma oficina de personagens fantásticos, seguida da palestra “Literatura Infantil Feminina e negra”.

Mais oficinas

Nas próximas terça e quarta (5 e 6), serão ministradas as oficinas gratuitas de iluminação cênica “A Luz que Dança” e de dança contemporânea “Gestos em Movimento”, na Estação Cidadania, em Ilha das Flores, Vila Velha. As atividades formativas são contrapartida do projeto de pesquisa, desenvolvimento, criação e apresentações do espetáculo “Mariposa em chamas”. As inscrições podem ser feitas neste link. Ambas as oficinas acontecerão nos dois dias, com turmas nos turnos matutino e vespertino.

Mais oficinas II

Divulgação

A oficina “A luz que dança” será ministrada por Oliveira Azul e é indicada para artistas, técnicos, iluminadores e eletricistas do audiovisual, além de pessoas interessadas pela arte em geral. É destinada a um público jovem e adulto, a partir dos 16 anos. A oficina “Gestos em movimento” será conduzida pela bailarina paulistana Thainá Souza e construída a partir de exercícios de aquecimento, fortalecimento, improvisação e criação em dança contemporânea a partir da pesquisa e do levantamento de gestos que os participantes identifiquem como recorrentes em suas vivências cotidianas. O público-alvo abrange jovens e adultos, a partir dos 16 anos, que tenham alguma experiência com artes do corpo.

Até a próxima coluna!

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