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Sindicato e prefeitura farão demonstração da pesca assistida em Vitória

Ação está agendada para o feriado de 7 de setembro e é aberta a toda população e ONGs ambientalistas

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Uma apresentação prática da técnica da pesca assistida está agendada para a próxima quinta-feira (7), feriado da Independência, na Praia de Camburi, em Vitória. A ação é um pedido do Sindicato dos Pescadores e Marisqueiros do Espírito Santo (Sindpesmes), organizada em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam).

“Nós queremos mostrar a verdade para a sociedade na prática. Vamos largar a rede ali, deixar um tempo, e depois vamos tirar aquelas dúvidas que o pessoal fala que nós somos matadores de tartaruga, que ela morre em vinte minutos. Desde já deixo vocês ambientalistas, ONGs que estão classificando a gente como bandidos, para participar”, afirma o presidente do Sindpesmes, João Carlos Gomes da Fonseca, o Lambisgoia.

À prefeitura, informa, cabe os pedidos de autorização aos órgãos competentes, como Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Capitania dos Portos.

A secretaria-executiva do Comitê Estadual de Gestão Compartilhada para o Desenvolvimento Sustentável da Pesca (Compesca) também será convidada a participar, visto que detém conhecimento acumulado de anos sobre o assunto, e inclusive já realizou inúmeros embarques para testagem da pesca assistida em Camburi, com acompanhamento dos órgãos ambientais, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e de pescadores artesanais de rede, como relata o pescador Valquírio Sampaio Loureiro.

“Nós ficamos três anos fazendo os estudos, junto com o Projeto Tamar, o Ibama, o Compesca. A gente teve uma licença por três anos para fazer a pesquisa. Levava os peixes pra Ufes e tirava a temperatura da água, levava tudo pra Ufes. O que a gente não queria, a gente soltava vivo ainda”, relatou Valquírio, ao comentar a necessidade da prefeitura incluir esse acúmulo de conhecimentos e proposições de normativas legais sobre o tema feitos pelo Compesca, agora que tomou a iniciativa de legislar no sentido de descriminalizar a pesca artesanal, após seis anos desde a promulgação da Lei 9077/2017.

Durante este mês de setembro também há a previsão de iniciar o trabalho de organização do cadastro dos pescadores que poderão realizar a pesca assistida na cidade. “Vai ter oficinas com os pescadores. As embarcações e redes vão ser rastreadas pelo GPS. Todos os pescadores vão ser monitorados. O Ibama também vai trabalhar nisso”, expõe Lambisgoia.

E no dia 15 de setembro, o Ibama agendou uma grande reunião, a primeira desde ano do Compesca, tendo a pesca assistida como principal ponto de pauta.
O superintendente estadual da autarquia, Luciano Bazoni, já enviou um ofício à Prefeitura de Vitória para que ela não dê continuidade à regulamentação da pesca assistida sem antes dialogar com o Compesca. “Ela tem prerrogativa para fazer o que está fazendo, sim, mas o Compesca é o fórum ideal para essa discussão, com a participação de todas as entidades relacionadas com o assunto”, ressalta.

Para o dia 7 de setembro, a sugestão de Lambisgoia aos que quiserem acompanhar a demonstração é recorrer ao aluguel de canoas na Praia de Camburi e participar. “Ali em Camburi, aluga as canoas e vai lá, fica do lado da rede pra gente mostrar na prática. A gente quer acabar com essa divergência entre ambientalistas e pescadores. A gente não é bandido e vai mostrar na prática como é que a gente trabalha”, reafirma. “A participação da população será muito importante nesse trabalho”, reforça.

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