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Ecos do dia seguinte

O óleo de peroba dedicado pela vereadora Karla Coser ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e Aridelmo…

Reprodução

A vereadora de Vitória Karla Coser (PT) levou um óleo de peroba para o plenário da Câmara Municipal na sessão desta terça-feira (5), dedicado ao prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e ao secretário de Governo, Aridelmo Teixeira (Novo). O motivo: o oba-oba que os dois fizeram na imprensa e redes sociais sobre a correção, bastante tardia, na lei da reforma da Previdência, que determinou o desconto de 14% dos salários dos aposentados e pensionistas. A medida, não é novidade, vinha sendo alvo de inúmeros protestos e cobranças desde o início da atual de gestão. E nada de providências, apesar da urgência e inúmeros apelos! O novo limite para aplicar o índice, enfim aprovado nessa segunda (4), passa a ser acima de cinco salários mínimos (R$ 6,6 mil), o que abrange a maioria do grupo. A mudança, portanto, apenas corrige um erro absurdo, resultado de muita pressão e luta. Acontece que Pazolini e Arildemo, os próprios algozes, resolveram exaltar a iniciativa em meio a holofotes, para levar bônus e capitalizar politicamente. “É muita cara de pau o que a gente viu nas últimas 24 horas!”, disparou Karla, com o óleo em mãos: “Vai precisar de um carregamento grande para levar ao prédio ali do lado, em frente à prefeitura. Vai ser um artefato muito usado”, emendou. É…errada não está!

‘Maldade’
Na mesma sessão, Vinícius Simões (Cidadania) também usou o termo e disse mais em relação ao prefeito: “tentar ser herói na maldade, é cruel”; “seria honroso pedir desculpas”; “o bem venceu o mal”, e o “discurso subestima demais a capacidade intelectual do povo de Vitória, principalmente dos aposentados”.

‘Maldade II’
André Moreira (Psol) reiterou uma analogia dita ainda na segunda, por uma senhora: “o prefeito deu uma facada nas costas dos aposentados, tirou a faca, e falou, ‘me agradece”. Ele classificou a postura como uma “maldade qualificada” e defendeu que, juridicamente, seja cobrado os valores descontados de maneira retroativa.

Melhor deixar quieto
Os vereadores da base do prefeito, que são a maioria esmagadora da Casa, preferiram nem rebater as manifestações da oposição nesta terça, nem mesmo o óleo de peroba da Karla Na votação da proposta, nessa segunda, alguns chegaram a pedir desculpas aos aposentados e pensionistas.

Lembrete
Para além do tempo que os aposentados estão em dificuldades, devido ao desconto elevado, a prefeitura, após sucessivas cobranças, se comprometeu a enviar o projeto de correção à Câmara bem antes da data dessa segunda. O prazo, que era de 40 dias na ocasião, ultrapassou os 100 dias. Ou seja, atraso para todo lado e motivo nenhum de confetes na direção da prefeitura!

Como é que é?
Denúncias de violência política de gênero, xingamentos e agressões verbais e morais. Esse foi o combo do final da plenária do Psol de Vitória nesse sábado (2), que elegeu o grupo que vai comandar o diretório nos próximos anos. O resultado – 145 x 139 – demonstrou perda de força do bloco liderado pelo atual presidente, Gilbertinho Campos. O próprio é justamente o denunciado.

Como é que é II?
O primeiro relato público foi de Ana Paula Rocha, coordenadora estadual do Círculo Palmarino, alvo de “gritos, palavras e gestos obscenos” vindos de Gilbertinho. Ela destacou ainda questões como o machismo e racismo. Daí sucederam-se vários comentários nas redes sociais no mesmo sentido e uma nota de apoio da entidade, publicada nesta terça.

‘Retratação’
O presidente do Psol de Vitória resolveu se manifestar nessa segunda, com uma “retratação pública” direcionada a Ana Paula e à militância do partido, “especialmente às companheiras mulheres”. O texto foi publicado nas redes sociais e diz…

‘Retratação II’
…”num gesto impensado em face do calor da disputa, pratiquei um fato desrespeitoso ao fazer um gesto obsceno com o dedo em relação a Ana Paula Rocha.. Neste sentido peço sinceras desculpas à companheira e a toda a militância do nosso partido. Reconheço que foi um ato machista, que não condiz com a conduta que deve ter um militante de esquerda, principalmente um dirigente partidário. Me sinto envergonhado e arrependido pelo ocorrido (…) sigo aprendendo com meus próprios erros”.

Projetos
As pessoas atacadas por Gilbertinho, como circula nos bastidores, fazem parte das correntes de oposição interna. A constatação do resultado da plenária é que o grupo da situação, que conta ainda com a ex-deputada Brice Bragato, mulher de Gilbertinho, “ganhou perdendo”. O que poderá ter reflexos nas eleições de 2024.

Projetos II
O bloco das outras correntes defende unidade na esquerda em Vitória, para derrotar Pazolini. O nome colocado nesse campo é do deputado estadual João Coser (PT). Já o comando do Psol, candidatura própria, neste caso, com cotação para a deputada estadual Camila Valadão. Ana Paula Rocha também faz parte de uma articulação que pretende elegê-la vereadora da Capital, enquanto outros movimentos querem a reeleição de André Moreira.

Nas redes
“Neste dia 7 de setembro, as organizações sociais e os movimentos populares sairão às ruas para gritar por nossos direitos. Por políticas públicas, por trabalho, por renda, educação, saúde, terra e democracia. Você tem fome de quê?”. Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol, sobre o ato Grito dos Excluídos, em Vitória.

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