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​Casos de sífilis crescem no Espírito Santo e no Brasil

O Estado registrou, em 2022, os maiores números de casos de sífilis adquirida e da doença em gestantes

Nos últimos seis anos, no Espírito Santo, o de 2022 foi o de maior índice de casos de sífilis adquirida, ou seja, que pode ser transmitida via sexo anal, vaginal ou oral. Foram 7,4 mil. O ano passado também registrou o maior número de casos de sífilis em gestantes, que foi de 2,2 mil. O de sífilis congênita, a que é transmitida pela mãe para a criança durante a gestação ou o parto, foi a segunda maior dos últimos seis anos, com 661 registros.

Os dados são da Coordenação Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids e Hepatites Virais (HV) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Em 2023, até o momento o Estado registrou 3,2 mil casos de sífilis adquirida, 1,4 mil em gestantes e 473 de sífilis congênita. O menor índice de sífilis adquirida dos últimos seis anos foi de 3 mil, em 2020, quando também foi registrado o menor número de casos de sífilis congênita, que foi de 413. Uma das possíveis explicações para isso pode ser o fato de que foi em 2020 o auge da pandemia da Covid-19, impondo o isolamento social e, consequentemente, reduzindo a procura por serviços de saúde

O ano de 2017 foi o de menor número de sífilis em gestante no Espírito Santo, com 1,5 mil casos, mas também o de mais incidência de sífilis congênita, com 734. As taxas no Brasil também não são muito animadoras, pois mostram a evolução da doença de 2011 a 2021. Este último ano foi o de maior índice nesse período no que diz respeito à sífilis adquirida, com uma taxa de detecção de 78,5. A menor foi 9,3, portanto, cerca de 8 vezes menor.
A taxa de sífilis adquirida foi crescente de 2011 a 2021, havendo queda somente em 2020, quando a taxa foi de 59,1, sendo que no ano anterior havia sido de 77,8. A explicação, assim como aconteceu no Espírito Santo, pode estar na pandemia da Covid-19. O número de casos de sífilis em gestante aumentou a cada ano, saindo de 4,7 em 2011 para 27,1 em 2021. A taxa de sífilis congênita cresceu de 2011, quando a taxa foi de 3,3, até 2018, com uma taxa de 9,1, sendo que no ano anterior havia sido de 8,7. Em 2019  voltou a diminuir, caindo para 8,9. Caiu novamente em 2020, para 8,5. No ano seguinte, subiu para 9,9. 

A causa do crescimento dos casos de sífilis pode estar explícita no resultado da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Ministério da Saúde. O estudo aponta que aproximadamente um milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de IST ao longo de 2019 e que das pessoas com 18 anos de idade ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais. Outras 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevistados, nenhuma vez. Os dados, apesar de não serem dos anos de 2011 a 2021, podem refletir um comportamento que não foi restrito ao período apontado na pesquisa, mostrando que o uso da camisinha tem sido negligenciado.

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