Os dois têm até a próximo terça-feira para formar o diretório estadual do partido
Era pouco antes das 14 horas desta quinta-feira (21), quando foi anunciado o placar da votação para o diretório estadual do MDB: 27 X 27, no total de 54 votantes, que se dividiram entre a atual presidente da comissão provisória, a ex-senador Rose de Freitas, da chapa “Reconstrução”, e o ex-deputado federal Leo Coimbra, do movimento “União & Ação”.
Nos meios políticos, a constatação é de que Rose saiu na frente, superando o aparente desgaste por não ter realizado a convenção estadual desde que assumiu, em 2021, com o compromisso de apaziguar e reconstruir o partido, em crise causada por blocos ligados a Lelo e ao ex-deputado federal Marcelino Fraga, presente à convenção desta quinta-feira. “Vou voltar, seja Rose ou Lelo”, disse ele.
A apuração dos votos foi feita em meio à torcida dos mais de 300 participantes, vários do interior do Estado, no cerimonial Oásis, no bairro Santa Lúcia, em Vitória. O empate levou Rose de Freitas a propor um acordo, aceito por Lelo.
O entendimento entre os dois consiste em protocolar o resultado da convenção na Justiça Eleitoral, consultar a direção nacional do partido e, no prazo de cinco dias, como estabelece o regimento interno da legenda, apresentar uma forma de composição entre os dois grupos.
Desse modo, até a próxima terça-feira (26), o MDB, na prática, fica sem comando, até a formação do diretório estadual, que elegerá a comissão executiva, de forma consensual entre Lelo e Rose, que está na presidência da comissão provisória desde março de 2021, quando o partido já estava mergulhado em profunda crise.
Ainda sem entender o empate na votação, enquanto convencionais dos dois lados comentavam traições e apontavam traidores, falou-se que no caso de empate, segundo o regimento interno do partido, quem deveria assumir a presidência deveria ser o mais idoso. Se fosse seguida essa norma, o comando até uma nova convenção seria entregue ao servidor público aposentado José Maria Pimenta, opção logo descartada. Daí veio o acordo, proposto por Rose, que afirmou estar “disposta a trabalhar pela paz entre os dois grupos”.
“Nós temos cinco dias pelo regimento e eu quero propor um entendimento. Meu mandato permanece até à meia-noite. Então, registramos a convenção no TRE [Tribunal Regional Eleitoral], amanhã [sexta], nós vamos nos dirigir ao presidente nacional para decidir nesses cinco dias o que é regimental e o que não é”, disse Rose, lembrando que “lá atrás” já havia feito proposta semelhante – um chapa de consenso –, rejeitada por Lelo.