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Bloco dos cinco

Em Vitória, o “plus” na lista de pré-candidatos da base aliada reforça a pergunta: como atuará Casagrande?

Hélio Filho/Secom

O cenário da disputa em Vitória, que analisei aqui na coluna passada, joga luz, mais uma vez, no governador Renato Casagrande (PSB). Isso porque, seja qual for a definição do tabuleiro, as previsões apontam para mais de um palanque de aliados. Alguns, aliás, muito próximos! A movimentação em torno do secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho (Podemos), é mais um aditivo nesse contexto, que já vinha bombando de lideranças da base. Estão em campo ainda o ex-secretário e homem de confiança de Casagrande, deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), o também deputado Fabrício Gandini (de saída do Cidadania), e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), os três já posando de pré-candidatos e como integrantes do mesmo grupo, que quer se consolidar como terceira via na disputa. Como ficará a chapa – ou as chapas – nesse bloco ainda é uma incógnita. Outro nome é do ex-prefeito e deputado estadual João Coser (PT), considerado inicialmente o palanque do governador, até ele e o PSB jogarem um balde de água fria, pulando fora do compromisso. E, agora, Ramalho, se ele de fato desistir de Vila Velha. O incremento na lista reforça as perguntas que seguem no ar nos bastidores: como Casagrande vai atuar e intervir no tabuleiro sob suas asas? Adotar neutralidade na disputa pela segunda principal vitrine política do Estado, estratégica para o projeto de poder de 2026, não parece, nem de longe, uma opção. O adversário a ser abatido, Lorenzo Pazolini (Republicanos), nunca é demais lembrar, também tem uma máquina para chamar de sua.

Mão dupla
Nos demais municípios da região metropolitana, o apoio do governador está definido e declarado com antecedência: Arnaldinho Borgo (Podemos), em Vila Velha; Euclério Sampaio (União), em Cariacica; e Sergio Vidigal (PDT), na Serra. Todos aliados e fortes cabos eleitorais de 2022. E destinos, também, de vultosos investimentos do governo do Estados.

Funil
Em agosto passado, analisei aqui declarações de Casagrande em entrevista ao jornal O Globo. Destaco novamente dois pontos: descartou compromisso de caminhar com o PT, como se esperava após as concessões feitas pelo partido em 2022; e defendeu que, em eleições de dois turnos, não tem problema nenhum ter duas candidaturas. Quais seriam do tabuleiro atual?

Caminho
No caso de Hoffmann, que entrou em campo na mesma época das declarações, a candidatura depende de testes. Afinal, apesar de ter ocupado cargos importantes nas gestões Casagrande, entrou este ano na Assembleia e não é um nome carimbado na Capital, como os demais que se apresentam. Veremos se consegue prosseguir na empreitada.

Remember
Gandini vem de derrota em disputa municipal, contra o mesmo Pazolini e Coser. Iniciou a disputa como candidato forte para derrotar o atual prefeito, mas acabou perdendo posição para Coser, que avançou ao segundo turno. Está prestes a se filiar ao PSD, onde encontrou campo livre para erguer seu palanque. No ano passado, permaneceu na Assembleia com votação de 16,9 mil.

Aposta
O petista, por sua vez, demonstrou competitividade em 2020 e em 2022. No segundo turno contra Pazolini, na polarização direita versus esquerda, alcançou 41,5% contra 58,5%. Na disputa à Assembleia, foi o terceiro mais votado, com 58,2%. Assim como na eleição municipal passada, é a aposta do PT, que contará, em 2024, com seu principal cabo eleitoral, Lula.

Bandeiras
O ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas desponta no PSDB como o nome da vez, depois de ser barrado pelo próprio partido em 2020. Na época, ele aparecia bem nas pesquisas, mas por desavenças internas, a legenda lançou a ex-vereadora Neuzinha de Oliveira, que acabou tendo um desempenho inexpressivo nas urnas. Agora, investe nas bandeiras de seus mandatos passados para convencer o eleitorado da Capital.

Balança
Já Ramalho, resumo o que tratei aqui na coluna passada. A prioridade do secretário é Vila Velha, mas Arnaldinho atrapalha os planos. A imagem que tem vendido nas redes sociais tem simpatizantes e ele reúne número expressivo de seguidores. Resta saber se fica no Podemos e encara a Capital, ou se “chuta o balde” partidário e se candidata em Vila Velha por outra legenda, a mais cotada, o PP.

Adversários
Fora do campo de Casagrande, além de Pazolini, até agora tem o deputado estadual Capitão Assumção (PL) e a deputada estadual Camila Valadão (Psol). Ambos já lançados pelos partidos. No aguardo e de olho na próximas cenas eleitorais!

Nas redes
“Senado adia minirreforma eleitoral e mudanças não valerão para 2024! Mas é importante que a pressão continue para que a gente proteja e avance, cada vez mais, na representatividade de mulheres e pessoas negras na política, não apenas nas próximas eleições”. Karla Coser, vereador de Vitória pelo PT.

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Bonde lotado

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