Senador e deputado federal são considerados com bom desempenho em Brasília e têm percorrido municípios capixabas
O senador Fabiano Contarato e o deputado federal Helder Salomão são os nomes do PT para a disputa ao governo do Estado em 2026, segundo projeções nos meios políticos e em conversas internas do partido, dentro de estratégias montadas a partir das eleições municipais de 2024. O assunto é comentado, reservadamente, sem entrar na pauta oficial do partido, cuja prioridade, hoje, passa pela campanha do deputado estadual João Coser à Prefeitura de Vitória.
Eleito em 2018 para o primeiro mandato de senador, Contarato desistiu da candidatura ao governo em 2022, por conta da aliança entre o PT e o PSB, visando embalar a campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, o que favoreceu a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). Helder, já no terceiro mandato de deputado federal, foi o mais votado do Estado no ano passado, com 120,3 mil votos.
Os dois têm percorrido os municípios capixabas com a caravana “Diálogos pelo Espírito Santo” que, nesta quinta-feira (19), chega à Capital, no auditório do Centro de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Esses eventos identificam potenciais nomes, dialogam com a população sobre política, e contribuem para dar maior visibilidade ao PT, ao governo Lula e aos seus agentes políticos. É uma forma encontrada pelo partido para superar as falhas na área da comunicação, dominada por partidos de centro-direita e da extrema direita, principalmente nas redes sociais.
As ações fazem parte das estratégias montadas para as eleições de 2024, com alcance para 2026, quando chegarão ao fim os mandatos, respectivamente, de Casagrande, Contarato e Marcos do Val (Podemos). Contarato, com desempenho bem avaliado no cenário local e nacional, pode também tentar a reeleição, tarefa difícil para o bolsonarista Marcos do Val, cujo mandato é considerado inexpressivo e marcado por polêmicas, inclusive judiciais.
Filiações partidárias registradas nos últimos dois meses, envolvendo agentes políticos nos campos da direita e esquerda, sinalizam que, a menos de um ano das eleições municipais, em 6 outubro de 2024, os candidatos já se movimentam nas pré-campanhas eleitorais, com envolvimento maior das legendas.
No âmbito do governo estadual, o cenário ganhou reforço com a entrega do comando do MDB ao vice-governador, Ricardo Ferraço, que deixou o PSDB e desponta como o candidato da sucessão de Casagrande. Ele filiou à nova legenda os prefeitos de Cariacica, Euclério Sampaio, e de Colatina, Guerino Balestrassi. Vitória, centro de decisões eleitorais, ficou de fora.
Nesse campo se movimentam, no campo da esquerda, o deputado estadual João Coser (PT) e a também deputada estadual Camila Valadão (Psol), cujo nome, embora muito falado, é mantido com discrição. Os dois concorriam no primeiro turno e se juntariam no segundo, hoje previsto devido à profusão de pré-candidatos. Esse é o projeto para vencer o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Já Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) tenta levantar uma terceira via, e são citados, ainda, o deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), pessoa de confiança de Casagrande, que é ligado, também, ao vice Ricardo Ferraço; o deputado estadual Fabrício Gandini (sem partido, deve se filiar ao PSD); o ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania); e Capitão Assumção (PL).