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Entidades do Território do Bem divulgam Manifesto pela Paz

Assinado por 18 entidades, manifesto destaca que a onda de violência é a mais grave dos últimos 10 anos

Organizações da sociedade civil situadas no Território do Bem, em Vitória, divulgaram o Manifesto pela Paz, no qual se posicionam contra diversas formas de violência ocorridas na região. O manifesto foi divulgado nesse sábado (21) em preparação ao Território do Bem pela Paz, manifestação que acontece neste domingo (22) e por meio do qual os moradores irão espalhar pelas ruas e casas tecidos coloridos e flores pedindo por paz nas comunidades periféricas.

O manifesto é assinado por 18 entidades: Igreja Casa de Oração, Paróquia Santa Teresa de Calcutá, Fórum Bem Maior, Coletivo Beco, Associação Ateliê de Ideias, Associação de Moradores de Jaburu, Grupo Nação, Movimento Comunitário do Bairro Itararé, Associação de Moradores do Bairro Floresta, Instituto João XXIII, Ponto de Cultura Varal Agência de Comunicação, Associação Onze8, Banco Bem, Coletivo Evas Negras, Coletivo Favela em Foco, Rede de Cursinhos Populares Afirmação, Círculo Palmarino e Fórum da Juventude.

Divulgação

No manifesto, as entidades destacam que as comunidades do Território do Bem estão vivendo em meio a conflitos armados pelo controle territorial, fazendo com que a população sofra diversas formas de violência. “Execuções e mortes a céu aberto, causadas por essas disputas, assim como as intervenções letais das forças de segurança, têm transformado o Território do Bem num cenário constante de luto, dor e sentimento para toda a população”, diz o manifesto.

Os conflitos que têm ocorrido, segundo as entidades, são os mais graves dos últimos 10 anos na região. “Por isso, achamos necessário colocar em análise a saúde mental da população atingida, assim como por em discussão como o Território do Bem tem sido contemplado com políticas públicas que abarquem, especialmente, a infância e a juventude. Não queremos e não suportamos mais conviver com tanta tensão, apreensão e sofrimentos, principalmente, das mães enlutadas que choram as mortes dos seus filhos”, diz.

As entidades apontam que o Território do Bem precisa de políticas que garantam o acesso a direitos básicos, e não somente políticas de segurança “pautadas em operações policiais que violam os lares e a dignidade de nossos moradores”. O texto prossegue dizendo que “é papel de toda sociedade construir caminhos para a cultura da paz e do diálogo, tendo como foco principal o respeito à vida, rejeitando todas formas de violência, em particular contra os grupos mais vulneráveis – crianças, adolescentes e jovens empobrecidos”.
O manifesto encerra com o pedido para que “cesse, imediatamente, em nosso meio, toda e qualquer manifestação de quaisquer formas de violência para que nossos dias e nossas noites sejam de paz”. As queixas dos moradores do Território do Bem quanto à violência policial têm sido recorrentes. A situação motivou a paróquia Santa Teresa de Calcutá a realizar, em agosto, a Romaria das Famílias pela Paz, em Itararé, que fez parte da Semana da Família, realizada pela Igreja Católica anualmente, no mês de agosto.

Também em agosto, foi realizado em Itararé o Dia Nacional de Lutas dos Movimentos Negros Pelo Fim da Violência Racista da Polícia, com uma manifestação que saiu da praça do bairro rumo ao quartel da PM, em Maruípe. No trajeto, os manifestantes pediam por políticas públicas de saúde, educação, geração de emprego e renda, direitos reivindicados por um público de faixa etária diversificada, abrangendo crianças, adolescentes e adultos.

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