Mostra apresenta fotos, ilustrações e objetos de três artistas. Abertura será na Casa da Memória, em Cachoeiro
O primeiro espaço a receber os trabalhos será a Sala Levino Fanzeres, na Casa da Memória, em Cachoeiro, onde ficará de segunda a sexta-feira da próxima semana (6 a 10). A visitação é gratuita e poderá ser feita das 9h às 15h em todos os dias. Na abertura, haverá um bate-papo com os três artistas, e serão distribuídos exemplares do livro infantojuvenil Amadé Ayé, de Guilherme Nascimento, que apresenta 12 contos dos orixás mais cultivados no Espírito Santo.
A exposição apresenta os 12 desenhos autorais de Endilly Nascimento para o livro Amadé Ayé, cada um acompanhado de uma descrição completa dos orixás. Endilly é uma jovem quilombola de 16 anos da comunidade de Graúna, em Itapemirim.
Os outros dois artistas são de Cachoeiro. Vinicius Martins, arquiteto e fotógrafo, captura em imagens a diversidade da juventude universitária negra em suas múltiplas vivências, destacando suas futuras profissões e importância na sociedade.
Maicom T’Xangô, por sua vez, é um zelador de religião de matriz africana. Ele apresenta, na exposição, uma instalação artística que incorpora diversos materiais usados em rituais sagrados, como adagas, coroas, machados e outros instrumentos religiosos dos povos de terreiro.
Os três artistas têm atuação na Casa Roxa, espaço cultural de Marataízes onde as obras também ficarão expostas, de 27 a 30 de novembro. O idealizador da exposição é o arte-educador e ativista Guilherme Nascimento, fundador da Casa Roxa.
“A ideia da exposição nasceu da convicção de que a arte e a cultura podem ser ferramentas poderosas para a transformação social e o fortalecimento dos direitos humanos. Num momento em que templos de matrizes africanas são atacados e a intolerância religiosa prevalece, e o racismo sistêmico continua sendo uma realidade, a Casa Roxa percebeu a necessidade de utilizar a expressão artística para abordar essas questões profundas”, explica.
O fundador da Casa Roxa lembra também que a iniciativa faz alusão ao mês da Consciência Negra, tradicionalmente comemorado em novembro, e afirma que a escolha de diferentes locais permite que os trabalhos alcancem uma audiência diversificada.
“A importância do projeto é significativa para a região, uma vez que busca dar visibilidade e legitimidade às expressões culturais periféricas e ancestrais, com foco especial na população negra e afrodescendente. Além disso, a exposição desafia preconceitos e estereótipos arraigados na sociedade, promovendo um entendimento mais profundo da riqueza e diversidade da cultura afro-brasileira”.
Além da Casa da Memória e da Casa Roxa, a exposição Raízes, Cultura e Protagonismo, que conta com recursos do Fundo de Estado da Cultura (Funcultura), será apresentada no auditório da Universidade Aberta do Brasil (UAB), na Vila de Itapemirim, de 20 a 24 de novembro.
SERVIÇO
Exposição Raízes, Cultura e Protagonismo
Cachoeiro de Itapemirim
Sala Levino Fanzeres – Casa da Memória
6 a 10 de novembro
Itapemirim
Universidade Aberta do Brasil (UAB)
20 a 24 de novembro
Marataízes
Casa Roxa
27 a 30 de novembro
Visitação gratuita, sempre das 9h às 15h.