Luciana Souza cobra dos governos do Estado e municipais que garantam visibilidade e políticas públicas
A Câmara de Itapemirim, no sul do Estado, terá um evento para reivindicar políticas para a população negra da região, nesta quarta-feira (8), às 18h. A “incidência política”, como é chamada a ação, é promovida pelo Instituto de Empoderamento da População Negra + Diversidade (Fepnes + D) e pelo Instituto Histórico e Geográfico de Itapemirim e Marataízes (IHGIM), e contará com a presença de representantes do Governo do Estado.
Uma das ações previstas é a entrega de um documento à Gerência de Políticas de Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Gepir/SEDH), reivindicando que a capital do Estado seja transferida simbolicamente para a região de Itapemirim e Marataízes no dia 13 de maio, que o movimento negro ressignifica como Dia Nacional de Combate ao Racismo.
Esse tipo de ação já é realizada anualmente em São Mateus, no norte do Estado, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, quando os despachos administrativos do Estado passam a ser feitos na nova capital temporária.
“Existe todo um simbolismo de ações afirmativas que são implementadas a partir desse novo lugar em que está a capital. E como acontece só em São Mateus, a região sul acaba ficando um pouco esquecida e nós precisamos também dessa visibilidade”, explica a coordenadora executiva do Fepnes + Diversidade, Luciana Souza, conhecida como Baiana.
Luciana ressalta que a área de Itapemirim e Marataízes foi a que mais recebeu pessoas escravizadas no sul do Estado, tendo como um dos principais pontos de chegada o Porto da Barra de Itapemirim – de acordo com estudos da pesquisadora Laryssa Machado, do IHGIM.
“O sul tem também, em toda a sua região, uma população negra da diáspora, oriunda daqueles que vieram sequestrados de África, e que merece reparação e ações afirmativas que reconheçam o seu potencial, a sua existência”, cobra Luciana.