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Comunidade escolar forma comissão para dialogar com prefeito de Cariacica

Reivindicação é para que a gestão garanta um prédio provisório para funcionamento da Nilton Gomes

A comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Nilton Gomes, em Cruzeiro do Sul, Cariacica, montou uma comissão formada por cinco pessoas para dialogar com o prefeito Euclério Sampaio (MDB), e reivindicar que providencie um prédio provisório para o funcionamento da unidade de ensino. A iniciativa foi motivada pelo anúncio de que os professores terão que passar pelo concurso de remoção e os alunos terão que se matricular em outras unidades, pois a escola será demolida para a construção de outra no mesmo local.

A comissão, composta por responsáveis pelos alunos, professores, a diretoria e a coordenação, foi criada em reunião realizada nessa quarta-feira (8), no próprio colégio. Além da comunidade escolar, participaram representantes da Secretaria Municipal de Educação (Seme) e o vereador Marcelo Zonta (Cidadania), que se comprometeu a contatar o prefeito para marcar a reunião. 

A representante dos responsáveis no conselho de escola, Alice de Oliveira Martins Cândido, afirma que, historicamente no município, quando há reforma de escola, a gestão municipal providencia um outro prédio, de funcionamento provisório, para os alunos estudarem, não havendo necessidade de procurar outras unidades de ensino nem de haver concurso de remoção para professores.

Alice informa que a escola tem 48 professores, três secretários e oito terceirizados. Funciona em três turnos, com 413 alunos, sendo 175 no matutino, 194 no vespertino e 44 no noturno. Do total de alunos, 30 têm algum tipo de deficiência. Os profissionais que atuam com foco nesse grupo, afirma, são poucos, e ainda mais reduzidos em outras escolas da região. Além disso, segundo Alice, as escolas dos bairros vizinhos não são tão próximas da EMEF Nilton Gomes. Algumas delas são o Talma Sarmento de Miranda, em São Geraldo; Manoel Mello Sobrinho, em Vila Palestina; e Rosa da Penha, em Rosa da Penha.
“Como vai fazer para levar, por ‘viação canela’? Não é todo mundo que tem carro ou dinheiro para pagar topic”, diz Alice. Ela destaca, ainda, que outro receio da comunidade é de que aqueles que têm mais de uma criança matriculada na Nilton Gomes não encontrem vaga para as crianças na mesma escola, o que dificultaria ainda mais na hora de levar para o colégio e buscar.

Além da Nilton Gomes, outra EMEF que irá fechar é a Jones dos Santos Neves, em Boa Sorte. Ambas comunidades organizam um abaixo-assinado pelo não fechamento das escolas.

Reunião com a Seme
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) se reuniu com representantes da Seme nessa quarta-feira (8). A reunião foi marcada após uma manifestação realizada pela entidade, que reivindicou abertura de diálogo com as comunidades escolares do Nilton Gomes e do Jones Santos Neves; a revogação imediata do Edital nº 01/2023, referente ao processo seletivo interno do concurso de remoção do magistério para o ano letivo de 2024; e da Portaria nº 62, que dispõe sobre as diretrizes para as organizações curriculares na rede municipal.
O diretor adjunto do Sindiupes, Gildo Lyone, informa que ficou acordado que será publicada uma errata ampliando o prazo de inscrição para a remoção. Entretanto, o pleito da categoria é a revogação do edital, publicado no Diário Oficial dessa segunda (6).
Na lista do concurso de remoção de professores estão os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) Larissa Pereira Batista, em Bela Aurora; e Elisa Leal Bezerra, em Prolar I; e as EMEFs Jones dos Santos Neves; General Tibúrcio, em Porto de Santana; Olivino Rocha, em São João Batista; Welinton Ferreira Borges, em Antônio Ferreira Borges; Adalberto Queiroz, em Bubu; Amenophis de Assis, em Vale Esperança; Dr. Afonso Schwab, em Jardim América; Talma Sarmento de Miranda, em São Geraldo; e Terfina Rocha Ferreira, em Itacibá.
Uma das críticas dos professores ao concurso é que, ao buscar a remoção, eles podem não conseguir preencher sua carga horária no mesmo turno, tendo que trabalhar nos dois. Isso impossibilitaria conciliar o trabalho na rede municipal de Cariacica com outras municipais e estadual ou na privada, fazendo com que o profissional tenha que abrir de alguma cadeira.
Quanto às mudanças na grade curricular, que são a retirada das disciplinas de ensino religioso e práticas de filosofia e ciências sociais e a criação da disciplina de Cidadania e Cultura, Gildo informa que essas alterações não serão mais colocadas em prática.

Em relação à situação das EMEFs Nilton Gomes e Jones dos Santos Neves, o que o sindicato defendeu na reunião foi o diálogo da gestão municipal com a comunidade escolar. “Continua em debate, estamos reivindicando a escuta da comunidade para decidir qual é o melhor caminho. Diante de uma reforma, o melhor é alugar um prédio para que mude toda a comunidade escolar para lá. A comunidade tem que ser soberana nessa hora, eles precisam ser ouvidos”, cobra.

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