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Desenho eleitoral

Psol em 2024: não tem que pedir licença ao PT; meta de crescimento na esteira de Camila; e articulação de nomes na Serra e em Vila Velha

Ellen Campanharo/Ales

“O Psol não tem que pedir licença nem ao PT nem a João Coser para lançar candidatura em Vitória”. Foi com essa frase que a ex-deputada estadual Brice Bragato, articuladora política e organizadora do partido, reivindicou as rédeas e a autonomia das movimentações das próximas eleições, na entrevista que concedeu ao Programa Política ES, da TV Século. A declaração rebate os questionamentos do mercado sobre a divisão de votos no mesmo campo, com os dois palanques, e defende a capacidade de Camila de aglutinar “a esquerda autêntica” e superar Coser no primeiro turno na disputa contra a direita. Ao citar a deputada como um “fenômeno eleitoral” e um “quadro político extraordinário”, Brice aponta que ela será uma “boa timoneira” e “excelente puxadora de votos” para a meta de crescimento do Psol, situação que se soma à atuação do vereador André Moreira, candidato à reeleição. “Os mandatos dos dois e a votação de Camila brilham para isso”, avalia. Na chapa para a Câmara da Capital, ela cita também os nomes de Ana Paula Rocha, Anne Halama e Valdenir Ferraz. Nos outros municípios da Grande Vitória, exalta o médico e auditor fiscal Thiago Peixoto, na Serra, como pré-candidato a vereador mas também uma opção para a prefeitura, além de Mônica Alves, em Vila Velha, que já disputou o pleito majoritário municipal. Com as articulações, que estão em fase de planejamento e serão intensificadas no início do próximo ano, Brice projeta, confiante: “as eleições de 2024 prometem aumento da representação do Psol no Estado”. Que venham os jogos!

Diálogo
Brice faz uma ponderação no caso de Vitória, sobre a candidatura de Camila. “Claro que vamos monitorar esse quadro permanentemente, com muita responsabilidade”. Ela também fala da formalização de acordo com Coser e “muito diálogo”. Esse acordo poderia passar por um “pacto de não agressão”, considerando os adversários em comum – no quadro de hoje, principalmente, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) e Capitão Assumção (PL).

Condições
Para possível aliança no 2º turno a Coser, ela coloca como ponto imprescindível a apresentação das propostas e programas de governo, para análise do Psol. No resumo, não será um apoio por apoio no campo da esquerda.

PT-Psol
A ex-deputada também não deixou de fazer críticas ao PT, lembrando dos fatos que impulsaram a criação do Psol, justamente como “uma alternativa e contraponto ao PT após deixar de representar aquilo que se propôs originalmente”. Em certo momento, também destacou: “precisa mostrar direitinho quem é esquerda nesse País e no Estado”.

Em campo
Sobre os nomes citados por Brice na disputa à Câmara de Vitória, Ana Paula Rocha é do movimento negro e se candidatou à Câmara Federal em 2022, alcançando 9,1 mil votos. Ane Halama, presidente estadual do Psol, disputou o mesmo cargo e obteve 2 mil. Já Valdenir é do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLN).

Em campo II
Brice citou um “talvez”, que seria a candidatura da assistente social Tuanne Almeida, chefe de gabinete da deputada Camila Valadão e do mesmo grupo interno no Psol.

Alcance
Outros municípios que ela acha que o Psol se movimenta bem e deve apresentar candidaturas: Colatina, São Gabriel da Palha, Conceição da Barra, Pedro Canário, Santa Maria de Jetibá, Venda Nova do Imigrante, Muqui, Cachoeiro de Itapemirim e Itapemirim.

Mais
Agora, saindo das declarações da articuladora do Psol, outros nomes são apontados nos bastidores. Em Vitória, a chapa seria composta ainda por Marcelly Campos, das Brigadas Populares, e a professora Rafaella Machado, que disputou como candidatura coletiva ao Senado em 2022, junto com Gilbertinho Campos.

Mais II
No município de Cariacica, o nome é Hudson Vassoler, servidor público. Ele também disputou para deputado federal e atingiu 1,3 mil votos. Em Cachoeiro, Agatha Benks, ativista trans negra.

Fim do ciclo
Com 70 anos e a última disputa registrada em 2018, à Assembleia, Brice afirmou que não pretende mais se candidatar e gosta de atuar nas atuais funções. É preciso “passar o bastão” para novas gerações, defende.

Nas redes
“(…) ao contrário do que as empresas [Vale e ArcelorMittal] disseram recentemente, não há qualquer melhora na emissão de poluentes. Significa que todas as medidas mitigadoras adotadas ao longo dos anos não estão sendo eficientes (…)”. André Moreira, vereador de Vitória pelo Psol, em mais denúncia sobre o aumento da poluição do ar.

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Dois palanques?

Camila Valadão e Coser, representantes da esquerda, sentam-se à mesa da eleição em Vitória


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/dois-palanques

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