Fisioterapeutas Danúbia Araújo e Brener Acker incentivam o amor próprio das mulheres acolhidas pelo Fordan
Foram 174 pessoas acompanhadas e acolhidas durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19 na periferia de Vitória, nenhum caso de morte ou intubação pela doença e nenhum caso de feminicídio. O que parece um milagre é na verdade fruto de um trabalho feito com profissionalismo e afeto pela equipe multidisciplinar do programa de extensão e pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Fordan: cultura no enfrentamento às violências. E quem conta um pouco dessa história são os fisioterapeutas Brener Araújo Acker e Danúbia Galvão de Oliveira, integrantes do Núcleo de Saúde do Fordan.
Nessa entrevista, a dupla rememora momentos marcantes daqueles dois anos de sucessivas inovações nas metodologias de trabalho e como a essência do cuidado se mantém no momento atual, de retomada das atividades que haviam sido interrompidas por conta do isolamento social.
Na região da Grande São Pedro, todas as 174 pessoas acolhidas eram monitoradas permanentemente. “Muitas ficaram desempregadas, então começamos a entregar cestas básicas, a cada quinze dias”, conta Danúbia. “Tinha casas com dez pessoas em um cômodo e sem banheiro”, cita. A solução? Muitas doações de máscaras e álcool. Telefonemas constantes, orientando sobre como isolar os suspeitos de infecção ou doentes dos demais membros da casa. “A gente traduzia o conhecimento científico de forma bem lúdica, para todo mundo entender, inclusive as crianças”, fala Brener.
Um dos alicerces do trabalho, antes, durante e agora, depois da emergência global da pandemia de Covid-19, continua sendo o cuidado. “Olhar para cada pessoa com atenção, carinho, cuidado. A gente cuida dessas vidas. Eu faço porque gosto, entendi a importância disso para uma vida e para a vida das pessoas”, declara.
Para Danúbia, a autoestima é um valor que está sempre no radar da atuação com as mulheres. “Além de mães e esposas, elas também são mulheres, têm que se cuidar, tem que se amar, tem que se valorizar.
Todo o trabalho é registrado em relatórios técnicos do Fordan e gera pesquisas que objetivam guiar políticas públicas e novos projetos do programa, na universidade e na cidade.
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