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Mateusão aguarda ‘indulto fake’ para disputar Prefeitura de São Mateus

Ex-deputado e ex-prefeito foi preso e condenado por crimes como fraude tributária e falsificação de domicílio eleitoral

Dez anos depois de preso e condenado por vários crimes, o polêmico ex-deputado estadual e ex-prefeito de Conceição da Barra e de Pedro Canário, municípios do norte do Estado, Mateus Vasconcelos, o Mateusão, se prepara para voltar à política: pretende concorrer à Prefeitura de São Mateus nas eleições de 2024. Em liberdade, mas ainda cumprindo pena, seu objetivo, no entanto, depende de um indulto presidencial, com reduzida chance de se tornar realidade, por ser notícia falsa.

Hoje com 70 anos, Mateusão mantém o mesmo jeito bonachão que o tornou conhecido como figura folclórica nos meios políticos, e diz que o presidente Lula prometeu o indulto, engrossando uma fake news que circulou na campanha eleitoral de 2022.

Ele é militante no recém-criado Partido Renovação Democrática (PRD), que recebeu a numeração 25, autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 9 deste mês, com a fusão do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e do Patriota, base de apoio do bolsonarismo.  

“Estou me preparando para voltar, mas, como ainda falta pouco mais de um ano para cumprir a pena na Justiça, já estou colocando minha menina, Claudete, para disputar em meu lugar, isso se o indulto do presidente Lula não sair a tempo”, afirma Mateusão, que foi condenado por fraude fiscal, recebimento ilegal de férias quando era deputado estadual e falsificação de domicílio eleitoral, entre outros crimes.

Claudete do Mateusão, como é conhecida a filha do ex-prefeito, derrotada duas vezes na tentativa de se eleger deputada estadual, continua seguindo a trajetória do pai, como seu irmão, Walyson José Santos Vasconcelos, o Mateusinho do Povão, prefeito de Conceição da Barra, também no norte do Estado.

A Justiça condenou Mateusão em caráter definitivo, em 2013, por ter omitido informações do Fisco e fraudado a fiscalização tributária, causando um prejuízo de mais de R$ 640 mil aos cofres públicos, entre 1997 e 2001. Mateusão foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão, em regime semiaberto, e ao pagamento de 150 dias-multa no valor unitário de cinco salários mínimos.

Considerado foragido, ele foi detido pela Polícia Federal na tarde em 26 de junho do mesmo ano, em São Mateus. Na época, tentou se defender atribuindo a responsabilidade pela omissão ao seu contador, mas o juiz que proferiu a sentença, lembrou que o ex-deputado “é pessoa experiente, que já ocupou diversos cargos políticos”.

“Certo é que o réu, de forma livre e consciente, omitiu ao Fisco a movimentação desses recursos a fim de livrar-se do pagamento de tributos”, disse a sentença.

Além dessa condenação, a Justiça Eleitoral também determinou pena de dois anos e três meses de prisão em regime aberto para o ex-prefeito. A sentença foi do juiz da 50ª Zona Eleitoral, Ricardo Chiabai, e ainda estabeleceu o pagamento de multa no valor de R$ 101, corrigidos.

Neste caso, Mateusão foi denunciado por fraudar seu domicílio eleitoral em Pedro Canário, em 2007. O ex-prefeito pegou uma condenação de quatro anos e oito meses de prisão, em regime semiaberto, e ao pagamento de 150 dias-multa no valor unitário de cinco salários mínimos.

A Justiça Federal, nesse caso, expediu o mandado de prisão de Mateusão, que estava foragido há quase 100 dias. O ex-prefeito cumpria pena em regime semi-aberto por outra condenação, referente ao recebimento de diárias irregulares na Assembleia, no período em que ela era deputado.

Com residência no balneário de Guriri, um dos mais visitados do norte do Estado, Mateusão diz ter esperança no indulto. “Enquanto não sai, vou tocando a vida, no ramo de construção civil, e preparando eu ou a menina para a disputa em 2024”, reitera, e acrescenta: “Já estou procurando um bom marqueteiro para apresentar muitas novidades”.  

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