Atual e ex-prefeito se revezam há mais de 20 anos no comando da administração municipal
A inauguração das obras do Contorno do Mestre Álvaro, nesta sexta-feira (15), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é mais um ingrediente nas articulações políticas no Estado, em especial no município da Serra, onde lideranças políticas apontam a tendência de polarização entre as duas maiores lideranças do município: o atual prefeito, Sérgio Vidigal (PDT), e o ex-prefeito Audifax Barcelos, hoje no PP, que de revezam há mais de 20 anos no comando da administração municipal.
Iniciada na gestão do então prefeito Audifax Barcelos, a obra, a maior do governo federal no Espírito Santo, teve participação ativa do atual prefeito, Sergio Vidigal (PDT), entre outros agentes políticos, como alguns integrantes da bancada federal no Congresso Nacional. As duas lideranças do município mais populoso do Espírito Santo, com mais de 336 mil eleitores, segundo a Justiça Eleitoral, se movimentam para valorizar o capital político no evento, visando às eleições municipais de 2024.
A candidatura de Audifax foi oficializada recentemente, no evento de filiação ao PP, realizado na Serra. Já Vidigal ainda não se declara candidato, mas, no cenário real, é apontado como certo na disputa à reeleição.
O ex-prefeito vai em busca de repetir a votação obtida em 2016, quando derrotou o adversário, garantindo a reeleição. Ao se filiar ao PP, chancelado pelo deputado federal Da Vitória, chefe do partido no Espírito Santo, foi saudado como pré-candidato.
Esse posicionamento foi reforçado nos discursos, cujo conteúdo o coloca no bloco da direita bolsonarista, inclusive com o também deputado federal Evair de Melo, que foi um dos vice-líderes no governo do PL do ex-presidente, tornado inelegível, e um dos mais fiéis seguidores dos movimentos da extrema direita no Brasil.
Com essa guinada à direita, registrada desde que saiu da Rede Sustentabilidade para disputar o governo do Estado em 2022, obtendo apenas 6% dos votos no primeiro turno, Audifax representa, apesar desse fraco desempenho eleitoral, nome que poderá ampliar a influência do PP não só na Serra, mas em todo o Estado. Isso por conta de suas três gestões no município, todas bem avaliadas. Como pré-candidato no maior colégio eleitoral do Estado, o ex-prefeito soma reforço à articulação de Da Vitória em concorrer ao Senado em 2026.
Já Vidigal apresenta elevado volume de entregas na atual gestão e mantém a ligação com o governador Renato Casagrande (PSB), com quem faz movimentos articulados, como a retirada do secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, Philipe Lemos (PDT), apontado como potencial pré-candidato, e o retorno à gestão municipal do presidente estadual do PDT, Weverson Meireles, para articulação política.
No contraponto entre os dois, o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos), que segue a linha ruidosa do bolsonarismo, visando pautar a mídia, como ocorreu na “Operação Peixada”, realizada nas dependências do Serviço Nacional de Emprego (Sine), com ataques direcionados unicamente ao atual prefeito, personagem que ocupa grande parte do seu mandato na Assembleia Legislativa.
Os demais pré-candidatos, pelo menos até agora, ainda não são alvo de análises de observadores políticos. Alexandre Xambinho (Podemos) deve seguir as linhas traçadas pelo Palácio Anchieta e os nome do PT, ainda sem definição, dependem de conversas a fim de fortalecer o nome de João Coser em Vitória, a prioridade do partido no Estado em 2024.