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Time do Espírito Santo disputará final da Taça das Favelas Nacional

Esta é a primeira participação do Estado no torneio, maior competição de futebol entre favelas do mundo

O jovem Arthur Lopes de Oliveira, 17 anos, foi recebido com fogos de artifício em seu retorno ao bairro Aparecida, em Cariacica, na Grande Vitória. Ele é o goleiro da seleção masculina do Espírito Santo que disputou a Taça das Favelas Nacional, o maior campeonato de futebol entre favelas do mundo. As primeiras etapas do torneio aconteceram em São Paulo, na semana passada.

“É muito importante para mim poder representar minha favela, o bairro Aparecida. É muito legal ver que o meu bairro apoia o meu sonho! Eu acho que esse apoio foi o mais impactante”, comenta Artur, que foi escolhido como o melhor goleiro da competição. 

Divulgação

O sonho da seleção masculina do Espírito Santo continua: os meninos garantiram um lugar na grande final contra a seleção do Paraná, que acontecerá no próximo dia 13 de janeiro, no Estádio do Canindé, em São Paulo. O time capixaba se classificou após vitória, nesse domingo (17), sobre a seleção de Mato Grosso, na semifinal.

O Espírito Santo também contou com uma seleção feminina. As meninas capixabas fizeram uma boa campanha, mas acabaram deixando o torneio nas quartas de final, em um jogo contra a seleção de Minas Gerais decidido nos pênaltis.

Esta é a primeira participação do Espírito Santo na Taça das Favelas, que é realizada desde 2012 pela Central Única das Favelas (Cufa) e produzido pela empresa InFavela, com o objetivo de fortalecer o protagonismo dos moradores de periferia no esporte.

Para formar o time capixaba, foi realizada a etapa estadual, na qual disputaram 48 seleções, sendo 32 masculinas e 16 femininas, constituídas a partir de inscrições de mais de 100 favelas. No total, foram 1,4 mil atletas – de 15 a 17 anos, no caso das masculinas, e a partir de 15 anos, para as femininas.

Divulgação

As seleções se formaram após “peneiras” – como é popularmente chamado o processo de avaliação de novos talentos no futebol – realizadas em campos de favelas capixabas, e o torneio estadual durou três meses. A final estadual ocorreu no último dia 18 de novembro, no Estádio Robertão, na Serra, e as duas seleções vencedoras em cada gênero foram as escolhidas para representar o Espírito Santo, para as quais se juntaram atletas de destaque no campeonato em outras seleções.

Para disputar a Taça das Favelas Nacional, o Espírito Santo foi com uma delegação de 46 pessoas, sendo 40 atletas e seis integrantes da comissão técnica. Entre os competidores estiveram meninas e meninos que moram em favelas de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Viana, na Região Metropolitana, e também de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado.

Divulgação

“A Taça das Favelas é um gol para toda a vida. Estamos falando de um projeto que vai muito além do futebol. Aqui, a favela é a protagonista da própria história. O torneio vem para resgatar sonhos, criar oportunidades reais e trazer esperança, empoderando os territórios de favela e periferia e mostrando que é preciso criar oportunidades para que os vários talentos se expressem e se desenvolvam”, comenta o produtor cultural Gabriel Nadipeh, presidente estadual da Cufa.

Ainda de acordo com Gabriel, por causa do torneio, os atletas têm desfrutado de oportunidades até então difíceis de alcançar. Segundo ele, mais de 80% dos meninos e meninas visitaram São Paulo pela primeira vez, e puderam mostrar seus talentos para olheiros de grandes clubes nacionais, como Corinthians e Palmeiras. Na seleção masculina, 90% da delegação vai viajar de avião pela primeira vez, e o jogo da final contará com transmissão ao vivo em rede nacional.

“Esses meninos e meninas tiveram a oportunidade de aparecer na mídia de forma positiva, dando entrevista, participando de matérias, mostrando o orgulho de serem de favela. Também é importante o reconhecimento dentro de suas próprias comunidades, que passaram a destacar ainda mais os seus talentos e se sentirem orgulhosas. Com isso, mostramos para as empresas a importância de apoiar projetos como esse e incentivar a mudança social através do investimento na base”, exalta. 

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