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Números de pessoas pretas, pardas e indígenas aumentam no Estado

Censo 2022 do IBGE aponta que Conceição da Barra é o município capixaba com maior população preta

Em 2022, os números de pessoas que se autodeclararam como pretas, pardas e indígenas cresceram no Espírito Santo em relação a 2020. Em contraponto, o percentual da população que se declara branca ou amarela caiu. No Estado como um todo, quase metade dos residentes se autodeclararam como pardos.

Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: resultados do universo”, divulgado nessa sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, o contingente de pardos superou o da população branca pela primeira vez desde 1991.

Segundo o levantamento, o número de pardos no Espírito Santo passou de 1,7 milhão (48,6% da população), no Censo 2010, para 1,9 milhão (49,8%), em 2022, um aumento de 11,7%. No mesmo período, a de brancos caiu 0,2%, passando de 1,48 milhão (42,2% dos residentes) para 1,47% (38,6%).

A população preta, por sua vez, aumentou 46,5%, passando de 293,3 mil (8,3% do total da população residente) para 429,6 mil (11,2% do total da população). Houve também aumento de 50,3% da população indígena, de 9,5 mil (0,3%) para 14,4 mil (0,4%). Com um número ainda mais reduzido, a população amarela caiu 80,6%, de 21,9 mil (0,6%) para 4,2 mil (0,1%).

De acordo com o IBGE, em 2022, a população parda era predominante em 43 municípios do Estado, enquanto a população branca predominava em 35 cidades. O município capixaba com maior proporção de pessoas pardas era Ecoporanga (70,2%), no noroeste, seguido de Ponto Belo (66,1%) e Pinheiros (66,0%), ambos no norte do Estado.

Os três municípios capixabas com maior percentual de população branca eram da região serrana: Santa Maria de Jetibá, com 75,7%; Laranja da Terra, com 67,4%; e Domingos Martins com 65,7%. Já as três cidades capixabas com maior população preta eram: Conceição da Barra (21,3%) e São Mateus (18,2%), no norte do Estado; e Apiacá (15,8%), no extremo sul. Indígenas, por sua vez, foram identificados em maior proporção em Aracruz (7,8%), no litoral norte.

A maioria dos municípios tinha menos de 0,2% de população amarela. O peso relativo mais elevado foi identificado em Apiacá (0,3%) e Divino de São Lourenço, ambos no sul do Estado; e na Capital Vitória (0,2%). Em Vila Valério, não houve declaração de população amarela.

Idade e gênero

Em uma análise da média de idade, a população branca apresentava em 2022 a idade mediana mais elevada no Espírito Santo (38 anos), seguida pela população amarela (37 anos) e população preta (36 anos). Brancos predominavam entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade, enquanto pardos estavam em maior número entre as pessoas abaixo de 60 anos.

No Espírito Santo, de 2010 para 2022, a idade mediana subiu de 29 anos para 36 anos, evidenciando o envelhecimento da população. Comparando a idade mediana dos grupos, o IBGE aponta aumento de idade mediana em todos, com destaque para a população amarela, que passa de 27 para 37 anos; parda, que passa de 27 para 34 anos; e branca, que passa de 32 para 38 anos.

Em relação ao gênero, o número de homens é maior do que o de mulheres na população negra, e a situação se inverte nos demais grupos étnico-raciais. Nesse quesito, o IBGE adotou um “cálculo de razão”, em que, quanto maior o número em relação a referência de 100, maior a quantidade de homens.

Comparativos

Na região Sudeste, o Espírito Santo é o que tem a menor proporção de pessoas brancas e a maior de pessoas pardas. Em relação à população preta, o percentual é menor do que o de Minas Gerais (11,8%) e Rio de Janeiro (16,2%). Em todo o Brasil, foi o 16º estado com maior proporção de população parda. O Espírito Santo também ficou acima da média nacional em porcentagem de pessoas pardas (45,3%) e pretas (10,3%) e abaixo na população branca (43,5%).

A população parda foi o grupo com maior percentual na população da região Norte (67,2%), assim como a indígena (4,3%). A região Sul teve a maior concentração de população branca (72,6%), e o Nordeste de população preta (13%).

O Sudeste teve a maior proporção de população amarela (0,7%). Segundo o IBGE, a diminuição desse grupo está relacionada a um procedimento adotado no Censo 2022: o entrevistador passou a adicionar a informação de que “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana”.

“Desde o Censo Demográfico de 1991, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população, com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, decréscimo para a população branca”, explicou Leonardo Athias, analista do IBGE, em comunicado à imprensa.

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