Prefeitura de Vitória propôs aluguel social de R$ 600 durante seis meses, mas famílias querem moradia definitiva
A proximidade do ano novo faz as pessoas refletirem sobre as conquistas alcançadas no período que se finda e as que se espera alcançar no que virá. No caso das 15 famílias da ocupação Chico Prego, no prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) São Vicente, no Centro de Vitória, o desejo da moradia definitiva permanecerá como um sonho a se buscar em 2024, já que a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) não apresenta alternativas para elas a não ser o aluguel social no valor de R$ 600 durante o prazo de seis meses.
Uma das lideranças da ocupação, Rafaela Regina Caldeira afirma que a proposta foi feita pela gestão municipal em audiência realizada no final de novembro, mas recusada pelas famílias, que querem ser incluídas em algum programa de habitação que garanta a tão sonhada casa própria. Enquanto isso, os moradores da ocupação tentam fazer do espaço um local mais agradável, buscam alternativas de renda e melhoria da qualidade de vida.
Uma das iniciativas é a criação de uma horta comunitária. Entre os alimentos já plantados e colhidos estão quiabo, couve e tempero verde. De acordo com Rafaela, foi realizada oficina de horta para as famílias, que se preparam para plantar outros alimentos, como rúcula e batata doce. Os produtos agrícolas, informa, são utilizados para complementar a alimentação das famílias, que pegam comida do lixo dos supermercados e recebem doações de movimentos sociais e pessoas físicas.
As famílias estão no imóvel da antiga unidade de ensino desde março deste ano. A trajetória de luta por moradia das famílias da ocupação, entretanto, não é recente. Antes de ocuparem a escola, elas haviam conseguido aluguel social pelo período de seis meses, mas não houve por parte da prefeitura o interesse de renovar o benefício nem de inserir as pessoas em um programa habitacional.
O aluguel social foi conquistado após 120 dias de acampamento em frente à prefeitura, em 2022. Elas tinham vindo de uma ocupação na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Irmã Jacinta Soares de Souza Lima, no Morro do Romão. Começaram o acampamento determinadas a finalizar somente após serem recebidas por Lorenzo Pazolini e com garantias de que seriam encaminhadas para um abrigo, conforme decisão do juiz Mario da Silva Nunes Neto.