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Áreas de encosta na região do Itabapoana recebem ações de reflorestamento

Objetivo é plantar 500 mudas na divisa do ES com o RJ, explica Antonio França, coordenador da ONG Redi

Isabela Narde/REDI

A Organização Não Governamental (ONG) Restauração e Ecodesenvolvimento da Bacia Hidrográfica do Itabapoana (Redi) está aproveitando o período chuvoso para realizar reflorestamento de duas áreas de encosta: uma localizada em Bom Jesus do Norte, no sul do Espírito Santo, e outra em Bom Jesus do Itabapoana, norte do Rio de Janeiro. O objetivo é plantar, aproximadamente, 500 mudas até março, com a ajuda de moradores das localidades, contando também com o apoio das prefeituras das duas cidades e do Instituto Federal Fluminense (IFF).

As primeiras ações foram realizadas em dezembro, quando a Redi fez o plantio de cerca de 120 mudas em Bom Jesus do Itabapoana e em outra área onde se pretende construir uma hidrelétrica, entre Bom Jesus do Itabapoana e São José do Calçado, no sul do Espírito Santo. O trabalho deverá ser intensificado a partir do próximo dia 12 de janeiro, quando as atividades passarão a ter periodicidade semanal.

Em Bom Jesus do Norte, o plantio acontecerá no Loteamento Grande Vitória, que fica numa região periférica da cidade. O bairro apresenta uma série de problemas socioambientais, envolvendo poluição de córrego, desbarrancamento e enchentes constantes.

Já em Bom Jesus do Itabapoana, o alvo do reflorestamento é uma área do Residencial Parque das Águas, que fica no bairro Alverino Silva Martins. Os problemas socioambientais são menos intensos dos que os identificados em Bom Jesus do Norte, mas o local também enfrenta erosão.

“As áreas nas duas cidades são de proteção ambiental, e poderiam gerar conforto climático, ajudar a segurar o solo e servir como espaços de lazer. Entretanto, os processos erosivos se relacionam com a não existência de uma vegetação nativa, que estava prevista no processo de licenciamento dos loteamentos. Essas áreas estão lá como pasto, não estão sendo utilizadas, havendo apenas algumas ocupações ilegais – o que, infelizmente, é comum em loteamentos Brasil afora”, relata Antônio Paulo França, coordenador da Redi.

Ainda de acordo com Antônio, o trabalho vai além do reflorestamento. “O plantio de mudas é muito importante, mas o grande foco é o nosso trabalho educativo junto às comunidades, gerando uma corresponsabilidade pelo cuidado desses ambientes por parte da população. A partir dessas ações, puxamos o fio de diversos outros problemas, como os relacionados a resíduos sólidos e efluentes, e incentivamos a população a refletir e a cobrar por melhorias”, comenta.

Durante o plantio, serão utilizadas espécies nativas variadas, sendo a maioria composta por mudas de “Pioneiras”, de crescimento mais rápido. Posteriormente, serão introduzidas árvores mais perenes.

A mobilização dos moradores é feita pelos próprios associados da Redi que atuam nesses locais. A ONG foi criada em 2020 para a luta contra a instalação de hidrelétricas, além da realização de diversas ações socioambientais e de incidência política na Bacia Hidrográfica do Itabapoana, que abrange nove municípios do Espírito Santo, de forma total ou parcial.

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