“Trilhos de Palavras” pode ser visitada na casa onde viveu a família do cronista
DO jornalista e escritor Rubem Braga, reconhecido como um dos maiores cronistas brasileiros da história, completaria 111 anos no próximo dia 12 de janeiro, se ainda estivesse vivo. Celebrando a data, a exposição “Trilhos de Palavras” foi iniciada nesta semana, na Casa dos Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo. A mostra apresenta trechos de textos do escritor, junto a um acervo sobre a sua família e a respeito das antigas linhas de trem da cidade.
Instalada na parte inferior da Casa dos Braga, centro cultural que funciona no imóvel em que viveu a família de Rubem, a exposição foi organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo como parte do “Projeto Braganiano”, que todo ano celebra o aniversário do cronista. A visitação segue até março, e pode ser feita gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Na exposição, os visitantes podem ver os textos de Rubem dispostos em folhas pelo chão e pelas paredes, simulando o formato de trilhas. Também é possível conferir objetos antigos e fotografias que remetem à família Braga e à história de Cachoeiro.
Por conta de uma obra de restauro no Museu Ferroviário Domingos Lage, que fica na antiga estação ferroviária, parte do acervo do museu foi realocado na Casa dos Braga. Utilizando esse material, a exposição propõe um paralelo entre a obra de Rubem e o papel de sua família no desenvolvimento de Cachoeiro.
Nascido em 1913, em Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga iniciou sua trajetória no jornalismo aos 15 anos, no jornal Correio do Sul, publicação criada por seus irmãos Armando e Jerônimo. Muito jovem, ele deixou a cidade natal para estudar em Belo Horizonte e, mais tarde, após viver em diversas cidades, fixou residência no Rio de Janeiro. Apesar disso, sempre manteve contato com suas origens capixabas, sobre as quais produziu diversos relatos.
Rubem celebrizou-se por um estilo de escrita marcadamente poético, mesmo tratando de assuntos duros – como pode ser visto em sua cobertura jornalística da Segunda Guerra Mundial. Ele também expressava um profundo amor pelo meio ambiente e pelas belezas naturais.
Ele é oriundo de uma família ilustre de Cachoeiro, com destacada atuação nas questões político-sociais e na imprensa. Seu pai, o Coronel Franciso Braga, foi o primeiro prefeito da cidade, e seu irmão Newton Braga também foi um célebre escritor. Além disso, uma de suas irmãs, Carmosina Braga Paraiso, foi a primeira mulher a dirigir um automóvel na cidade.
“A exposição que comemora o aniversário do grande cronista nos faz lembrar da importância que a família Braga, com seus feitos e sua trajetória, tem para Cachoeiro. A feliz associação dos Braga com o coração da cidade, nossa estação ferroviária, foi uma grande sacada da curadoria de Mário Ferreira, relacionando, ao Rubem, este grande motor de desenvolvimento da cidade: a ferrovia. É uma viagem à história de nossa cidade”, afirma a secretária de Cultura e Turismo de Cachoeiro, Fernanda Martins.
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