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Folia de Reis une devoção e festa no sul do Estado

Manifestação da cultura popular encerra o ciclo natalino em Muqui e Cachoeiro de itapemirim

Márcia Leal/PMCI

“A Folia, meu filho, vem do princípio do mundo!”. Assim costumava dizer, segundo pessoas próximas, o Mestre João Inácio, de Cachoeiro de Itapemirim, sobre a Folia de Reis, tradicional manifestação da cultura popular. Em Cachoeiro e Muqui, municípios do sul do Espírito Santo, grupos se apresentarão neste sábado (6), encerrando o chamado ciclo natalino no Dia de Reis.

Em Cachoeiro, a Folia de Reis Estrela do Mar, do Mestre Rogério, sairá do bairro Zumbi, onde fica, e realizará uma marcha até a Praça de Fátima, no centro da cidade, onde está montado um presépio e uma decoração natalina, realizando no local uma apresentação às 18h. No meio do caminho, o mestre pretende “aquecer a voz” cantando em algumas casas.

Já em Muqui, estão previstas duas apresentações na praça central. A Folia de Reis Estrela da Paz, do Mestre Zezinho Inácio, marchará para fazer a sua apresentação às 15h. Já a Folia de Reis Sete Estrelas, do Mestre Adauto Gomes, se apresentará às 20h.

A Folia de Reis está ligada ao ciclo natalino, que vai de 24 de dezembro a 6 de janeiro, representando o “anúncio” do nascimento do Menino Jesus através de cantorias entoadas por pessoas com roupas multicoloridas. É uma tradição de origem italiana que chegou ao Brasil pelos portugueses, mas, atualmente, é mais difundida em comunidades periféricas e distritos das cidades.

No sul do Espírito Santo, onde se estima a presença de mais de cem grupos, os primeiros registros remontam ao fim do século XIX. Muqui sedia, desde 1950, o maior encontro nacional de Folia de Reis, reunindo, anualmente, dezenas de grupos de todo o Brasil. A 73ª edição da festa está marcada para os próximos dias 30 e 31 de agosto, no Mês do Folclore.

Wander Polati/PMM

Geralmente, a Folia de Reis apresenta doze foliões, uma referência aos doze apóstolos de Cristo. O grupo é formado pelo mestre, que comanda o folguedo; o contramestre, seu ajudante direto; o bandeireiro, que carrega a bandeira dos três reis magos à frente da folia; os palhaços, que utilizam máscaras assustadoras e representariam os soldados romanos que caçaram Jesus no dia de seu nascimento; e os demais músicos.

Finalizada a jornada do ciclo natalino, a folia costuma ser encerrada, no fim de janeiro, com uma grande festa, chamada de arremate, um evento que dura o dia todo e tem comida farta.

Como manifestação da cultura popular, a Folia de Reis se perpetua de geração em geração. “Iniciei tocando reis com oito anos, dentro da Folia Estrela D’alva, do irmão do meu pai. Ele faleceu e eu cheguei a sair com ele umas quatro vezes, mas estou com a Folia Estrela do Mar desde 1985 e pretendo continuar. Na minha família, quase todos participam, e seguem contando o nascimento, a paixão e morte de Jesus Cristo”, conta o Mestre Rogério.

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