Marília Silveira é apontada como pré-candidata a prefeita nas eleições de outubro, com apoio do atual gestor
“Não estou mais no MDB, estou sem partido”, disse a secretária de Educação de São Mateus, Marília Silveira, ao responder a questionamento de Século Diário, nesta sexta-feira (12), sobre a substituição da chapa eleita na convenção do partido realizada em 2023, liderada por ela. Essa movimentação é parte da estratégia do presidente do partido, o vice-governador Ricardo Ferraço, e isola ainda mais o prefeito Daniel da Açaí (sem partido).
A notícia começou circular na noite de quinta-feira (11), em meio à movimentação provocada por um abaixo-assinado de cunho político, que seria puxado por Marília, contendo críticas a uma obra do governo do Estado ligando a BR-101 e o badalado balneário de Guriri, chamada de Contorno de São Mateus. Nesta sexta-feira, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado (DER-ES) divulgou nota afirmando que o documento “traz em seu escopo informações que não são a expressão da verdade e não têm fundamentação em suas reivindicações”.
Marília é apontada como pré-candidata à prefeitura nas eleições de outubro deste ano, com o apoio do atual prefeito, e enfrenta barreiras erguidas por setores “machistas”, como ela considera. Seu substituto no partido pode ser o ex-prefeito Amadeu Boroto, que teria sido convidado.
Essa configuração partidária, caso se confirme, como é vista nos meios políticos, não se harmoniza com as articulações do empresário Marcus Batista, o Marcus Cozivip, recentemente filiado ao Podemos. O reforço do bloco político liderado pelo governador Renato Casagrande (PSB) e Ricardo Ferraço estaria direcionado para Boroto, em um contexto que não incluiria, também, o ex-deputado Eustáquio de Freitas (PSB).
Atualmente na presidência do Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado (DER-ES) e liderança muito ligada a Casagrande, Freitas seria preservado para uma candidatura à Câmara Federal em 2026. Entraria na chapa com o então já governador, Ricardo Ferraço, que concorreria à reeleição, e Casagrande, ao Senado.
Marília Silveira já se sentia pressionada a deixar a presidência do MDB e chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil, por conta de ataques feitos contra ela, em discursos do presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Fundão, também pré-candidato. O fato ocorreu no final de dezembro de 2023, e, na ocasião, um grupo de mulheres a acompanhou para formalizar a queixa.
São apontados ainda como pré-candidatos em São Mateus, o radialista Carlinhos Lyrio (Republicanos), o ex-deputado Jorge Silva (PDT), o também radialista Ferreira Júnior (SD), e o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Fundão (PP).